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Jakob Schneider e a sua Experiência com Bert Hellinger

JAKOB SCHNEIDER

Formador e Supervisor de Formação Avançada em Constelações Familiares

Mais um dos nomes sonantes do Congresso. Um dos que privou com Bert Hellinger, e que em inúmeras publicações partilha um pouco desta experiência.

Experimentei o significado de uma efetiva catarse emocional. E não acredito que pudesse ter experimentado todos esses processos de trabalho com as emoções com qualquer outro terapeuta. Pois não acontecia ali um simples desabafo, havia nutrição materna, orientação paterna, força, clareza, capacidade de discernimento, uma observação e uma perceção extremamente aguçadas, uma linguagem precisa, uma mescla de intransigência e calor, de sabedoria e humor, às vezes, também, luta ou incompreensão do que estava acontecendo e do que podia ser utilizado ao longo dos dias. “

De acordo J. SCHNEIDER, Bert Hellinger dirigia os grupos de uma forma muito estruturada, focando sempre o participante. A sua dinâmica de grupo subordinava claramente o processo grupal ao progresso de cada um. Ele colocava o grupo ao serviço do trabalho individual, de uma forma muito direta e, às vezes, diretiva.

Uma estrutura e uma liderança claras, métodos simples, um pensamento desmitificado e muita dedicação humana, abriam espaço para as pessoas se moverem com ampla liberdade de interpretação e autodeterminação, para aprender, crescer e libertar problemas.

Para SCHNEIDER isto é talvez a chave mestra para entender o que há de novo no trabalho de Bert Hellinger, e no trabalho das constelações.

Todos Nós estamos envolvidos nos destinos familiares, e retomamos o que no sistema familiar reprimiu, excluiu, dividiu em sistemas, muitas vezes ao longo de gerações.

As constelações podem esclarecer isso. A partir de uma constelação abrem-se caminhos de solução e de cura, de crescimento, transformação e harmonização, que até então não tinham sido vistos dessa maneira no conjunto dos métodos psicoterapêuticos, na ajuda de vida ou na espiritualidade.

Jakob Schneider e sua esposa, Sieglinder Schneider, (também palestrante no congresso), conheceram Hellinger em 1981.

Tudo começou quando uma amiga nossa, em conversa comigo e com Sieglinde, minha esposa, falou de um certo Bert Hellinger que dirigia cursos de autoconhecimento em Ainring, perto de Freilassing. O relato das vivências dela esteve mais perto de me assustar. Disse que ele era um homem duro, mas incrivelmente bom … Já não me recordo bem do quadro que ela pintou. Mas Sieglinde aguçou os ouvidos e ligou imediatamente para esse Bert Hellinger. Depois de um ano de espera, conseguiu vaga num curso que estava prestes a acontecer. O que ela contou desse curso empolgou-me tanto, que também me inscrevi. Consegui uma vaga na primavera de 1981, num curso de autoconhecimento baseado na análise de roteiros de vida.”

Ambos fizeram formação com “o mestre”, e desde então trilharam o seu caminho na área das constelações.

Aquando do aniversário dos 85 anos de Bert Hellinger, Schneider partilhou um pouco da sua primeira constelação com ele: “numa rodada senti emergir em mim um sentimento forte que estava bloqueado. Bert colocou a imagem de meu pai atrás de mim, mas o bloqueio não se dissolveu.  Então ele mandou-me constelar minha família de origem. Havia apenas dois homens no grupo de doze pessoas. Confiei o papel de meu pai ao outro homem, e escolhi uma mulher para me representar. A vivência desta constelação foi impressionante para mim pela precisão com que os representantes reproduziram a dinâmica da minha família, e pela sensação de alívio instantâneo que senti ao assistir a tudo. A experiência daquela constelação marcou-me tanto que, na semana seguinte, experimentei dirigir uma constelação com um grupo de estudantes. Eu estava excitado, mas atuei sem hesitação, como se fosse um procedimento natural. E funcionou”.

Nos anos seguintes, através de muitos estágios com Hellinger, Schneider desenvolveu o seu trabalho com outros métodos, até que acabou por se fixar às constelações. “Eu orientei-me durante por muitos anos quase exclusivamente pelo método de Bert, porque ele simplesmente me convenceu, metódica e conceitualmente. E não precisei estudar ou aprender nada de cor. As coisas simplesmente se encaixaram”.

Schneider acrescenta ser especialmente grato a Bert Hellinger pelas oportunidades de aprendizagem que ele lhe proporcionou, sem condições ou controles, e pela permissão de adotar seu método de trabalho de acordo com as suas capacidades e o seu próprio contexto. “Sou grato a Bert Hellinger por me te aberto novos espaços intelectuais, novas amizades pessoais e novos círculos de colegas”.

Para Schneider, Bert Hellinger executou de forma exímia a distinção entre a consciência pessoal, que sentimos e que atua como um órgão de equilíbrio, visando assegurar o pertencimento a sistemas de relacionamento, e a voz coletiva do inconsciente, que só experimentamos através dos seus efeitos. “Esta é talvez a chave mestra para entender o que há de novo no trabalho de Bert Hellinger e no trabalho das constelações em processo de expansão:  nós, sem que o saibamos e queiramos, estamos envolvidos nos efeitos de destinos familiares decisivos, e retomamos o que no sistema familiar foi reprimido, excluído, dividido em sistemas, muitas vezes ao longo de gerações”.

Schneider conclui o artigo em que parabeniza Bert Hellinger (B.H) pelos seus 85 anos, salientando que “a expansão do trabalho das constelações é um sinal da fecundidade dos conceitos e da prática de B.H. . Mesmo no que nele me parece estranho ou inaceitável, há algo estimulante para novas perceções, novos experimentos e novos pensamentos”.

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Ser Mulher: Como Pode a Mulher Reconectar-se à Sua Verdadeira Força?

Somos 50% pai e 50% mãe, mas é com a mãe que a menina aprende a ser mulher. Esta influência da linhagem feminina vai muito além do que julgamos saber. Até que ponto ela nos pode influenciar? E como podemos encontrar este caminho de volta à origem?

Ser Mulher: Como Pode a Mulher Reconectar-se à Sua Verdadeira Força?

Quando revisitamos várias gerações de mulheres, através da abordagem sistémica, encontramos histórias familiares de ruturas, recomeços, relações de amor e poder, exclusão e servir. Todas presentes em nós: luz e sombra. O empoderamento nasce aqui, da reconciliação e cura da relação com as nossas ancestrais.

Anna Patrícia Chagas aborda a importância deste olhar sistémico sobre a construção da identidade feminina e da alma coletiva, em ressonância com toda a linhagem e histórias familiares transgeracionais de cada um de nós.

Isto é conseguido quando as mulheres se ligam à força da sua origem, à força de todas as mulheres que vieram antes, e aceitam a sua história da forma que ela foi. O mais desafiador é dizer sim à nossa história. Especialmente quando ela está envolta de dor, ou de situações que era mais fácil excluir e rejeitar. Só que é precisamente o que rejeitamos que se apodera de nós.

O trabalho da Anna Patrícia Chagas é bastante direcionado à linhagem feminina e ao processo de reconexão e cura com a ancestralidade. Há uma frase dela que não podemos deixar de citar:

Devemos olhar para o nosso útero, como para o nosso coração. Ele chora as dores do nosso feminino ferido.

É à medida que olhamos e nos ligamos a este órgão, que começamos um caminho de reconexão com a camada mais profunda do feminino, de cura da relação com a mãe e de honra às mulheres da linhagem.

Anna Patrícia Chagas é Psicóloga, Coach Sistémica, Consteladora Familiar e Terapeuta Comunitária e trabalha desde 1999 com famílias, casais e atendimentos terapêuticos. É Facilitadora de Círculos de Mulheres e Mentora de mulheres que desejam profissionalizar-se nesta área. Mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP, foi professora universitária e coordenadora de cursos de pós-graduação em diferentes instituições

É também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo sobre temática Relacionamentos Amorosos.

Pode completar esta visão sobre a Linhagem Feminina, pode assistir  à Live  realizada com a oradora no âmbito do Congresso de Consciência Sistémica: