As CONSTELAÇÕES ORGANIZACIONAIS: uma tecnologia do futuro, por GUILLERMO ECHEGARAY INDA
GUILLERMO ECHEGARAY INDA é doutor em Filosofia, psicólogo e diretor do centro
Guillermo Echegaray-Oficina de Psicologia. Consultor Sistémico, Constelador Organizacional e Estrutural.
As constelações organizacionais são uma nova ferramenta que permite aceder à dinâmica sistémica que se desenvolve nas empresas. Isso tem a ver com o papel que desempenham no método e com os princípios sistémicos do direito de pertencer, ordem e equilíbrio entre dar e receber.
O procedimento singular das constelações organizacionais permite um acesso à experiência real das empresas,
de outra forma inatingível. Pode-se por isso prever o importante papel que as constelações terão no futuro.
As empresas e organizações estão cheias de planos, produtos, métodos de consultoria e análise, capazes de dissecar múltiplos clientes com potencial. Mas geralmente muitos destes clientes naufragam. O “ponto Cego” da ciência contemporânea é a experiência, o neurobiologista chileno Francisco Varela costumava dizer: “os nossos métodos de análise estão cheias de fatos, números, apresentações brilhantes em PowerPoint, mas na maioria das vezes chegam muito tarde, quando a experiência já ocorreu, e em muitas ocasiões, nada mais são do que “análise / paralisia”.
Precisamos de uma nova qualidade de atenção e intenção para aplicar às nossas empresas e organizações.
O que diferencia uma empresa ou organização bem-sucedida, de outra que fracassa, não é o que ela faz ou como o faz, mas a fonte, o lugar íntimo de onde agir.
Scharmer observou como as interações que ocorrem nas organizações podem ser agrupadas em quatro modelos:
1. Modelo de “download”: o que ocorre quando aplicamos um esquema já conhecido e reconfirmamos nosso;
2. Modelo factual: prestamos atenção aos fatos e os dados que confirmam ou refutam informações anteriores.
3. Modelo empático: onde interagimos e com um “coração aberto” e entramos no mundo do outro ou no outro.
4. Modelo gerador: quando nos conectamos com um espaço mais amplo e profundo de ação, e observamos e ouvimos o campo emergente da máxima possibilidade futura.
Raramente as nossas instituições e organizações vão além do modelo 2 ou, quando muito, chegam ao 3.
O mesmo Scharmer aponta que as constelações organizacionais são uma ferramenta particularmente adequada para “testemunhar” a esta experiência,e chegar mais perto do conhecimento das organizações que o modelo 4 pode possibilitar.
As constelações organizacionais permitem aceder a problemas sistémicos de raiz, ao abrir uma porta para o
expressão dessa possibilidade futura emergente.
Mas o que significa “problemas sistémicos de raiz”?
Todos nós entendemos o que numa organização ou empresa saudável os funcionários se sentem bem e trabalhamde forma eficiente. A organização atende aos objetivos para os quais foi inicialmente criada, e há uma troca entre a sociedade e o “mundo exterior.
Em suma, uma organização “saudável” é aquela em que alguém gostaria de trabalhar. Onde podemos ouvir: “Eu sinto-me no meu lugar”. “Há energia aqui.”. “Nós sabemos o que estamos a fazer neste negócio”.
O oposto seriam expressões como: “Há algo de errado aqui.” “Temos problemas de comunicação”. “Eu não sinto que posso desenvolver todas as minhas capacidades nesta empresa”.
Dito assim, pode parecer que é uma questão de transformar uma organização problemática, numa saudável. Seria uma questão de resolver questões pessoais ou problemas práticos: comunicação, motivação, desempenho, etc. No entanto, o pensamento sistémico ensina-nos a ver que o todo é mais do que a soma das partes, e que uma organização é uma entidade viva e, como tal, a sua dinâmica influencia totalmente os indivíduos que a constituem.
Assim, há que compreender a dinâmica que está na base dos problemas da organização, pois só assim podemos encontrar uma saída para estas questões.
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Quantos desses problemas de comunicação ou desmotivação têm raízes sistémicas?
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Como explicar que um profissional inteligente, preparado e competente, numa dada organização se comporte como um inútil, enquanto noutra semelhante pode dar 120 por cento de suas capacidades?
Aqui está uma dinâmica sistémica típica!
Pode continuar a ler o artigo (na íntegra) aqui. constelações organizacionais por G.Echegaray