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EDUCAÇÃO SISTÉMICA

EDUCAÇÃO/PEDAGOGIA SISTÉMICA , mais uma das ÁREAS do Congresso que surge da análise da Educação baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas.

O Modo como aprendemos, experienciamos e ensinamos a Educação impele-nos para uma transformação…

A Educação Sistémica Humaniza, através da inclusão, da ordem, do equilíbrio.

Professores, alunos e pais têm o seu lugar, e devem honrar os seus papéis, incluindo os sistemas familiares, educativos e institucionais.

O Papel de um professor ou a importância do lugar de um professor é olhar com todo o respeito para os pais dos seus alunos e para eles (crianças, jovens)

O lugar do professor é essa aceitação e esse respeito profundo. Esse olhar de respeito.

Conscientes dos inúmeros desafios desta área, e do poder de resolução decorrentes da Visão e Postura Sistémicas, convidámos Professores e outros elementos da área da Educação,

a estarem presentes nestes 3 dias de Transformação do Inconsciente Coletivo.

Partilhamos convosco a Carta que enviámos.

Se se sentirem tocados por este movimento, se tiverem vontade de saber mais, se o considerarem útil para alguém que conheçam, entrem em contacto connosco ou partilhem esta informação.

Faça parte deste movimento de transformação da Consciência Humana!

#Unidos num Só Coração 

Maria Gorjão Henriques

Assista ao Vídeo da Educação Sistémica

Educação Sistémica

Tiiu Bolzmann
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O amor entre pais e filhos. Benção ou obstáculo? por Tiiu Bolzmann

Terapeuta Familiar Sistémica, Supervisora Sistémica e Formadora em Aconselhamento Sistémico
As crianças são as pessoas mais próximas que temos.

Um filho, uma filha, são “o nosso sangue”, carregam os nossos genes, a nossa história familiar, e com ela tudo o que somos. Nós próprios também carregamos tudo de nossos pais e eles, por sua vez, carregam tudo dos seus próprios pais.

Também podemos observar essa proximidade na vida quotidiana. Nos filhos, quando os pais adoecem, e a mãe se preocupa com o pai ou o pai com a mãe. Quando os filhos descobrem os problemas que o pai ou a mãe têm no trabalho, com dinheiro, com os vizinhos, com os sogros e, muitas vezes, também quando há desentendimentos entre eles como casal. Na verdade, as crianças sabem tudo sobre seus pais.

O vínculo entre pais e filhos é o vínculo mais forte que existe e, embora não estejam diretamente envolvidos nas relações íntimas do casal, eles apercebem-se sempre quando algo acontece, e preocupam-se.

Todas as crianças estão cientes dos seus pais. Não importa a idade deles (nem dos filhos, nem dos pais). Cada época tem a sua própria expressão de preocupação. O bebé nos primeiros meses não dorme, por eles; na infância, a criança adoece, para eles; na adolescência, eles lutam por eles; e em todos os casos esta preocupação torna-se um problema para o filho, ou filha, na vida adulta.

O amor incondicional que temos pelos nossos pais leva-nos a procurar, a todo custo, uma solução para eles.

E assim desgastamo-nos, porque não percebemos que a solução não está nas nossas mãos.

Todas as criança querem que os pais estejam bem e que fiquem juntos para o resto da vida.

Esse desejo é intrínseco à própria vida, porque somos, desde a conceção, nossos pais.

Toda a criança carrega os dois, a mãe e o próprio pai, não é possível escapar a esta fusão.

É por isso que vivemos com o desejo de que os dois permaneçam unidos para sempre. Em muitos casos, os filhos percebem quando o relacionamento entre os pais se esgota, e entendem que seria melhor a separação. Mas esse “entendimento” leva-os de volta ao conflito, porque sabem que essa separação é boa para um, mas difícil para o outro. Esta dinâmica de ver que um dos pais se sente bem, e que o outro se sente mal, é o que experimentamos desde sempre, mesmo antes de entendermos que, ao longo da vida, nos sentimos “ao serviço” dos nossos pais de diferentes formas. 

Lembro-me muito bem que meu padrasto, quando discutia com minha mãe (por que motivo? Nunca soube), ficava muito tempo sem falar com ela. Não me lembro se eram dias, semanas ou meses, a mim parecia-me uma eternidade. Ao jantar ele dizia: “diga a sua mãe que não quero mais sopa.” Eu olhava para um e para o outro. Não sabia o que fazer. Eu sentia-me muito mal pois sabia que ela o tinha escutado e, se eu atendesse ao seu pedido parecia mostrar que estava a tomar partido dele.  Mas, em contrapartida, se eu não falasse, eu também me sentia muito mal com meu padrasto, por estar a desobedecer-lhe e, além disso, a mostrar tomar partido da minha mãe. 

Foi um jogo terrível para mim e, embora ele não fosse meu pai biológico, ficava sempre com o meu coração partido. Eu sabia que minha mãe o amava, e que ele amava a minha mãe. Não conseguia entender como duas pessoas que se amavam se podiam magoar tanto.

Não importa se os filhos estão presentes nas brigas dos pais ou não, eles percebem que algo está a acontecer e que esse “algo” pode ser perigoso. A mãe e o pai distanciam-se, e o filho percebe isso como uma ameaça contra si mesmo, contra sua própria integridade.

O que é verdadeiramente trágico é que os filhos nunca estão presentes nos momentos em que os pais se voltam a aproximar.

Principalmente quando a reaproximação se dá na intimidade. Assim, os filhos vivenciam apenas o conflito, mas não estão presentes na reconciliação. Eles ficam com o “mal” que um fez ao outro, e então questionam essa reconciliação, porque não entendem como podem ficar bem depois do que aconteceu. 

Uma situação especialmente desagradável é quando um dos pais dá informações íntimas sobre o outro progenitor ao filho, algo que deveria permanecer apenas entre os pais. Nesse caso, podemos perder o respeito por eles.

Essas informações invadem muito a nossa alma e, em muitos casos, não podemos conviver com o preconceito que isso gera sem nos ferirmos.

Na nossa alma não podemos suportar que um de nossos pais perca a dignidade.

De repente, sentimo-nos “obrigados” a julgar e a tomar partido de um, em detrimento do outro.

Essa divisão prejudica a alma do filho e, nos casos mais extremos, deixa marcas para toda a vida. 

Quanto nos teria ajudado entender que os conflitos do casal fazem parte da vida, que não devem ser evitados, mas resolvidos?

Nas famílias que têm uma cultura de permitir conflitos e buscar soluções, essa ameaça angustiante não ocorre. Para os filhos é de grande ajuda quando os pais lhes mostram que, apesar da discordância entre eles, eles podem continuar a se sentir seguros.  A solução não é desfazer o conflito, mas respeitá-lo e deixá-lo nas mãos daqueles a quem pertence.  Mas este entendimento surge com a maturidade. Quando somos mais novos não temos recursos para fazer essas reflexões sobre relacionamentos.

Podemos passar a vida a reclamar dos danos que os nossos pais nos causaram, e permanecermos como vítimas dos acontecimentos ocorridos na nossa infância e adolescência. Porém, desta forma, o nosso comportamento remete para a infância, permanecemos crianças.

Perdemos poder quando não vemos que já somos responsáveis ​​pelas nossas vidas e que, como adultos, temos a hipótese de “digerir” esses eventos traumáticos e sair dos “enredos”.

Claro que dói. Em primeiro lugar, dói quando voltamos a sentir as emoções oprimidas daquela época. Em segundo lugar, dói desistir do desejo de ser diferente. Então dói abrir mão do “direito de ficar com raiva e indignado” com os pais. Finalmente, dói perceber o quanto desse comportamento foi adotado por nós nos nossos relacionamentos com nossos próprios filhos. No trabalho sistémico com as Constelações Familiares podemos colocar-nos como adultos no nosso lugar de crianças. E assim olhar para os nossos pais e ver a dignidade de ambos, com as suas possibilidades e limitações

DireitoSistemico-Advogados
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Direito Sistémico

 

 

O Direito sistémico, uma das ÁREAS do Congresso, surgiu da análise do Direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas,

conforme demonstram as constelações familiares desenvolvidas por Hellinger.

 

Conscientes dos inúmeros desafios da área judicial e do poder de resolução decorrentes desta Visão e Postura Sistémicas, convidámos inúmeros Juízes, Advogados

e outros elementos da área da Justiça, a estarem presentes nestes 3 dias de Transformação do Inconsciente Coletivo.

Partilhamos convosco a Carta que enviámos.

Se se sentirem tocados por este movimento, se tiverem vontade de saber mais, se considerarem útil para alguém que conheçam, entrem em contacto connosco ou partilhem esta informação.

 

Faça parte deste movimento de transformação da Consciência Humana!

Unidos num Só Coração 

Maria Gorjão Henriques

 

 

 

 

Embaixadores Consciência Sistémica
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SOLIDARIEDADE por Maria Gorjão Henriques

Maria Gorjão Henriques

Mentora e organizadora do I e II Congresso Internacional de Consciência Sistémica
realizados em Portugal.

O conceito de Solidariedade implica ter um espaço interno para incluir o outro dentro de nós, mas, para que isso aconteça da forma certa, o outro precisa de ser incluído com total aceitação, e sem que queiramos mudar nada na sua dimensão humana, familiar, social ou racial.

A Solidariedade verdadeira implica perguntar, organizar, materializar e proporcionar ao outro o que ele precisa, à maneira dele e respeitando a sua cultura e modo de Vida. Esse caminho interno é longo e pressupõe algum desenvolvimento pessoal e espiritual, para que saibamos caminhar da empatia até à compaixão, com muita humildade, sem nos substituirmos ou enfraquecermos a dignidade.

Desde a conceção até ao nascimento, tudo tem uma ordem.

Como seres humanos, estamos vinculados a uma imensidão de sistemas. Desde o nosso corpo, à família, ao país, ao continente que pertencemos. Todos eles formam um sistema integrado e interrelacionado que nos influencia, sem estarmos conscientes.

Precisamos de aprender a viver em função deste entendimento para integrarmos, “da pele para dentro”, que tudo o que acontece com o outro também nos diz respeito e, ao mesmo tempo, influencia o desenvolvimento da consciência coletiva, a partir da

qual todos nós nos alimentamos, nos níveis mais profundos do nosso Ser.

Ainda somos muito pouco conscientes das reais motivações que nos fazem abraçar certos projetos, tomar determinadas decisões e até mesmo escolher e determinar o que tantas vezes chamamos de Missão de Vida.

A questão de fundo prende-se com as reais motivações que sentimos quando decidimos querer Ser Solidários, e oferecer o nosso tempo e energia a alguém, ou mesmo a uma causa ou projeto de Solidariedade Social?

Temos vários níveis de lealdades que nos movem até sermos capazes de discernir o que, na nossa pureza e essência, se expressa através de nós.

Até conseguirmos ser lúcidos e conscientes de todas estas influências sistémicas somos movidos e motivados a atuar através de vários níveis de lealdades, independentemente de algumas partes de nós poderem estar ao serviço do algo maior, a partir do qual a vibração da nossa Alma se expressa. Na realidade, somos movidos por vários níveis de consciência, e cada um desses níveis está ao serviço da completude, da inclusão e da necessidade de equilíbrio que em algum momento do tempo foi perdida.

Podemos sentir-nos chamados a viver a nossa vida através de projetos de solidariedade, mas é importante observar que existem vários níveis de motivação que nos podem convocar a viver dessa forma:

  1. A nossa Alma ter o chamamento natural inato para movimentos de solidariedade, porque nascemos com um determinado propósito e sentimo-nos movidos, empurrados, para que a vida se expresse através da forma como nos doamos. Então, permitimos que o que se expressa através de nós, reverbere para fora de forma natural;
  2. Sentirmo-nos motivados a envolvermo-nos nesses projetos como uma forma de compensação para com alguém, ou para com uma memória familiar de injustiça, humilhação, pobreza, vazio, destinos difíceis ou algum evento marcante da nossa família de origem que, de alguma forma, espiamos através da maneira como nos doamos. Neste caso, procuramos compensar, através dos outros, essas memórias próprias do clã.
  3. Alguns traumas acumulados da nossa infância, e, por sentimentos de carência, precisarmos de dar aos outros o que na verdade não tomamos para nós ou de nós próprios.

Nos últimos dois casos, a necessidade de reconhecimento e de compensação servem de motor para que a pessoa se dedique, de corpo e Alma, a uma causa que, na verdade, mais não é do que a necessidade de devolver ao clã a sua dignidade ou o sentimento de inclusão, de forma a ser vista por si mesma.

É possível que em cada um de nós resida um pouco de cada uma destas versões e motivações mais inconscientes, que a dança da Vida nos mostra através dos véus de ilusões que criamos, e que vamos derretendo à medida que evoluímos e lidamos com a princípio da realidade.

É sempre mais fácil projetarmo-nos fora de nós, e vermos nos outros as suas dores e vazios, do que mergulhar na verdadeira solidariedade para connosco próprios, e assumirmos que essas dores também são nossas.

 

A vibração do coração precisa de ter o seu espaço interior para reverberar para o exterior.

Seremos todos capazes de ser solidários no dia em que aprendermos a viver pacificados em nós. Nessa altura, não será precisa solidariedade, porque todo o Ser Humano estará a ocupar o seu lugar, e não haverá desigualdades sociais.

Até lá, só posso expressar a minha profunda gratidão por todos nos sentirmos empurrados a compensar dores e lealdades inconscientes desta forma “solidária”. Apesar da projeção, muita coisa é feita, e muitas Vidas encontram um porto seguro!!!

Bem-haja à Vida!

Maria Gorjão Henriques 

Guillermo Echegaray
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As CONSTELAÇÕES ORGANIZACIONAIS: uma tecnologia do futuro, por GUILLERMO ECHEGARAY INDA

Guillermo Echegaray

GUILLERMO ECHEGARAY INDA é doutor em Filosofia, psicólogo e diretor do centro

Guillermo Echegaray-Oficina de Psicologia. Consultor Sistémico, Constelador Organizacional e Estrutural.

As constelações organizacionais são uma nova ferramenta que permite aceder à dinâmica sistémica que se desenvolve nas empresas. Isso tem a ver com o papel que desempenham no método e com os princípios sistémicos do direito de pertencer, ordem e equilíbrio entre dar e receber.

O procedimento singular das constelações organizacionais permite um acesso à experiência real das empresas,

de outra forma inatingível. Pode-se por isso prever o importante papel que as constelações terão no futuro.

As empresas e organizações estão cheias de planos, produtos, métodos de consultoria e análise, capazes de dissecar múltiplos clientes com potencial. Mas geralmente muitos destes clientes naufragam. O “ponto Cego” da ciência contemporânea é a experiência, o neurobiologista chileno Francisco Varela costumava dizer: “os nossos métodos de análise estão cheias de fatos, números, apresentações brilhantes em PowerPoint, mas na maioria das vezes chegam muito tarde, quando a experiência já ocorreu, e em muitas ocasiões, nada mais são do que “análise / paralisia”.  

Precisamos de uma nova qualidade de atenção e intenção para aplicar às nossas empresas e organizações.  

O que diferencia uma empresa ou organização bem-sucedida, de outra que fracassa, não é o que ela faz ou como o faz, mas a fonte, o lugar íntimo de onde agir.  

Scharmer observou como as interações que ocorrem nas organizações podem ser agrupadas em quatro modelos:

1. Modelo de “download”: o que ocorre quando aplicamos um esquema já conhecido e reconfirmamos nosso;

2. Modelo factual: prestamos atenção aos fatos e os dados que confirmam ou refutam informações anteriores.

3. Modelo empático: onde interagimos e com um “coração aberto” e entramos no mundo do outro ou no outro.

4. Modelo gerador: quando nos conectamos com um espaço mais amplo e profundo de ação, e observamos e ouvimos o campo emergente da máxima possibilidade futura.

Raramente as nossas instituições e organizações vão além do modelo 2 ou, quando muito, chegam ao 3.

O mesmo Scharmer aponta que as constelações organizacionais são uma ferramenta particularmente adequada para “testemunhar” a esta experiência,e chegar mais perto do conhecimento das organizações que o modelo 4 pode possibilitar.

As constelações organizacionais permitem aceder a problemas sistémicos de raiz, ao abrir uma porta para o

expressão dessa possibilidade futura emergente.

Mas o que significa “problemas sistémicos de raiz”?

Todos nós entendemos o que numa organização ou empresa saudável os funcionários se sentem bem e trabalhamde forma eficiente. A organização atende aos objetivos para os quais foi inicialmente criada, e há uma troca entre a sociedade e o “mundo exterior.

Em suma, uma organização “saudável” é aquela em que alguém gostaria de trabalhar. Onde podemos ouvir: “Eu sinto-me no meu lugar”. “Há energia aqui.”. “Nós sabemos o que estamos a fazer neste negócio”.

O oposto seriam expressões como: “Há algo de errado aqui.” “Temos problemas de comunicação”. “Eu não sinto que posso desenvolver todas as minhas capacidades nesta empresa”.

Dito assim, pode parecer que é uma questão de transformar uma organização problemática, numa saudável. Seria uma questão de resolver questões pessoais ou problemas práticos: comunicação, motivação, desempenho, etc. No entanto, o pensamento sistémico ensina-nos a ver que o todo é mais do que a soma das partes, e que uma organização é uma entidade viva e, como tal, a sua dinâmica influencia totalmente os indivíduos que a constituem.

Assim, há que compreender a dinâmica que está na base dos problemas da organização, pois só assim podemos encontrar uma saída para estas questões.

  • Quantos desses problemas de comunicação ou desmotivação têm raízes sistémicas?

  • Como explicar que um profissional inteligente, preparado e competente, numa dada organização se comporte como um inútil, enquanto noutra semelhante pode dar 120 por cento de suas capacidades?

Aqui está uma dinâmica sistémica típica!

Pode continuar a ler o artigo (na íntegra) aqui. constelações organizacionais por G.Echegaray

Sami Storch
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O DIREITO SISTÉMICO É UMA LUZ NO CAMPO DOS MEIOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS por Sami Storch

A Visão do DIREITO SISTÉMICO, e a sua ação,  por Sami Storch.
Sami Storch é Juiz de Direito no Estado da Bahia, Mestre em Administração Pública e Governo e autor da expressão “Direito Sistémico” e do blog com o mesmo nome.
Convidámo-lo a escrever um pouco sobre a “sua  área”,
pelo que abaixo publicamos um dos textos que gentilmente nos enviou. 

(…) Há muito que se observa a incapacidade do Poder Judiciário em processar e julgar a quantidade de ações que lhe são apresentadas. A estrutura pessoal e material existente não é suficiente.

Por outro lado, já é reconhecida no meio jurídico e na sociedade, a necessidade de novos métodos de tratamento dos conflitos. Métodos que permitam não apenas uma decisão judicial que estabeleça, como deve ser, a solução para cada conflito — dizendo às partes quais os respetivos direitos e obrigações , mas também dar paz aos envolvidos. Permitindo que eles mantenham um bom relacionamento futuro e, inclusive, tratem de forma amigável outras questões que possam surgir.

A tradicional forma de lidar com conflitos no Sistema Judiciário já não é vista como a mais eficiente.

Uma sentença de mérito, proferida pelo juiz, quase sempre gera inconformismo e, não raro, desagrada a ambas as partes. Em muitos casos enseja a interposição de recursos e manobras processuais, ou extraprocessuais, que dificultam a execução. Como consequência, a pendência estende-se no tempo, gerando custos ao Estado, incerteza e sofrimento para as partes envolvidas.

Tal fenómeno é ainda mais visível nos conflitos de ordem familiar, que têm origem quase sempre numa história de amor, e geralmente envolve filhos.

A instrução processual é nociva para todos os envolvidos.

Cada testemunha que depõe a favor de uma parte pode trazer à tona fatos comprometedores relativos à outra, alimentando ressentimento e dificultando a paz. Assim, mesmo depois de julgada a ação, esgotados os recursos e efetivada a sentença, o conflito permanece.

A conciliação no âmbito judicial está instituída há bastante tempo na legislação brasileira, e é largamente aplicada nas causas cíveis, com mais ênfase naquelas relativas às Famílias.

Também para o tratamento relativo aos crimes de menor potencial ofensivo, a mesma lei prevê a composição civil dos danos como forma de resolver conflitos, evitando-se uma ação penal. Mas outros métodos também se tornam necessários para desafogar os tribunais e resolver os conflitos.

Há 12 anos que utilizo técnicas de constelações familiares sistémicas, obtendo bons resultados na facilitação das conciliações e na busca de soluções que tragam paz aos envolvidos nos conflitos submetidos à Justiça, em processos da “Vara de Família e Sucessões”, e também no tratamento de questões relativas à infância e juventude e à área criminal, mesmo em casos considerados bastante difíceis.

Trata-se de uma abordagem originalmente utilizada como método terapêutico pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger, que a partir das constelações familiares desenvolveu uma ciência dos relacionamentos humanos, ao descobrir algumas ordens (leis sistémicas) que regem as relações. Essa ciência foi batizada pelo seu autor com o nome de Hellinger Sciencia.

O conhecimento de tais ordens conduz-nos a uma nova visão do Direito, e de como as leis podem ser elaboradas e aplicadas de modo a trazerem paz às relações.

A expressão “Direito Sistémico”, termo cunhado por mim quando lancei o blog Direito Sistémico (direitosistemico.wordpress.com), surgiu da análise do Direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas, conforme demonstram as constelações familiares desenvolvidas por Hellinger.

Segundo essa abordagem, diversos problemas enfrentados por um indivíduo (bloqueios, traumas e dificuldades de relacionamento, por exemplo) podem derivar de fatos graves ocorridos no passado não só do próprio indivíduo, mas também de sua família, em gerações anteriores, e que deixaram uma marca no sistema familiar. Mortes trágicas ou prematuras, abandonos, doenças graves, segredos, crimes, imigrações, relacionamentos desfeitos de forma “mal resolvida” e abortos são alguns dos acontecimentos que podem gerar emaranhamentos no sistema familiar, causando dificuldades em seus membros, mesmo em gerações futuras.

As constelações familiares consistem num trabalho onde pessoas são convidadas a representar membros da família de uma outra pessoa (o cliente), e, ao serem posicionadas umas em relação às outras, sentem como se fossem as próprias pessoas representadas, expressando os seus sentimentos de uma forma impressionante, ainda que não as conheçam.

Vêm à tona as dinâmicas ocultas no sistema do cliente, que lhe causam os transtornos, mesmo que relativas a fatos ocorridos em gerações passadas, inclusive fatos que ele desconhece. Podem-se propor frases e movimentos que desfaçam os emaranhamentos, restabelecendo-se a ordem, unindo os que no passado foram separados, proporcionando alívio a todos os membros da família e fazendo desaparecer a necessidade inconsciente do conflito, trazendo paz às relações.

“O Direito sistémico vê as partes em conflito como membros de um mesmo sistema, e ao mesmo tempo vê cada uma delas vinculada a outros sistemas dos quais simultaneamente fazem parte (família, categoria profissional, etnia, religião etc.) e procura encontrar uma solução que, considerando todo esse contexto, traga maior equilíbrio.”

Há temas que se apresentam com frequência: como lidar com os filhos na separação, as causas e soluções para a violência doméstica, questões relativas à guarda e alienação parental, problemas decorrentes do vício (em geral relacionado a dificuldades na relação com o pai), litígios em inventários nos quais se observa alguém que foi excluído ou desconsiderado no passado familiar, entre outros. Cada um dos presentes, mesmo os que se apresentem apenas como vítimas, pode frequentemente perceber de forma vivenciada que há algo na sua própria postura ou comportamento que, mesmo inconscientemente, estava a contribuir para a situação conflituosa. Essa perceção, por si só, é significativa e naturalmente favorece a solução.

Em ações de família, muitas vezes uma constelação simples, colocando representantes para o casal em conflito e os filhos, é suficiente para evidenciar a existência de dinâmicas como a alienação parental e o uso dos filhos como intermediários nos ataques mútuos, entre outros emaranhamentos possíveis. Essas explicações têm se mostrado eficazes na mediação de conflitos familiares e, em cerca 90% dos casos, as partes reduzem resistências e chegam a um acordo.

Em alguns tribunais, no Ministério Público e na Defensoria Pública, têm sido realizadas experiências na área criminal, com o objetivo de facilitar a pacificação dos conflitos e a melhoria dos relacionamentos, incluindo réu, vítima e respetivas famílias. As constelações têm servido de prática auxiliar no trabalho com a Justiça restaurativa, ajudando a preparar as partes e a comunidade envolvidas, para que possam dar um encaminhamento adequado à questão.

No âmbito penitenciário, multiplicam-se as práticas, visando proporcionar aos presos uma oportunidade de compreender as dinâmicas ocultas por trás do padrão criminoso, e olhar para onde está o amor que, de forma cega, os fez repetir os comportamentos antissociais já ocorridos em gerações passadas, na história da própria família.

As reações dos participantes têm indicado resultados notáveis.

Independentemente da aplicação da lei penal, acredito que as constelações possam reduzir as reincidências, auxiliar o agressor a cumprir a pena de forma mais tranquila e com mais aceitação, aliviar a dor da vítima e, quem sabe, desemaranhar o sistema para que não seja necessária outra pessoa da família se envolver novamente em crimes, como agressor ou vítima, por força da mesma dinâmica sistémica.

Durante e após o trabalho com constelações, os participantes têm demonstrado boa absorção dos assuntos tratados, um maior respeito e consideração em relação à outra parte envolvida, além da vontade de conciliar — o que se comprova também com os resultados das audiências realizadas semanas depois e com os relatos das partes e dos advogados da comarca.

SAMI STORCH

SAMI STORCH é também um dos palestrantes do CONGRESSO DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA, 
e estará presente em DUAS palestras na área temática DIREITO SISTÉMICO.

Assista também à live de SAMIT STORCH com a fundadora do Congresso, Maria Gorjão Henriques,

sobre o tema DIREITO SISTÉMICO.

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“22 de Abril: Um Dia Para Lembrar Quem Somos” por Daniela Migliari

Daniela Migliari é jornalista e escritora, nascida em Brasília, encontrou no ofício de escrever uma forma amorosa de entrar em contato consigo mesma, com toda a riqueza e complexidade que encerra a experiência humana. Desde 2016, estuda as Constelações Familiares como pós-graduanda da Hellingerschule.

Convidamo-la a partilhar um texto sobre o Dia da Terra ( 22 de Abril) , pelo que ela generosamente nos deixa este contributo:

“No dia 22 de abril, é celebrado o Dia da Terra. Ao falar deste planeta azul, cujos continentes encontram-se entre a imensidão de suas águas, recorro à imagem dos oceanos para ampliar algumas compreensões:


Os peixes não compreendem a água em que estão mergulhados: simplesmente fluem por ela, e existem em função de tudo que ela lhes provê e proporciona. Assim como eles, nós, homo sapiens, também habitamos esta Terra com limitada consciência do que isso representa para a própria existência.

Esta percepção parece repetir, num ciclo mais amplo, o caminho que uma célula recém-fecundada percorre até perceber-se como um ser humano adulto, feito e refletido acerca do que significa ter nascido dos seus pais e estar vivo. Faz parte da condição humana lidar, aos poucos, com aquilo que é e ainda não foi visto: a amplitude da realidade!

A noção de que os seres humanos estão separados da Natureza, polarizados uns dos outros, parece ignorar que a Terra é redonda, gira e que cada ser vivente – literal e concretamente – caminha por terrenos onde toda e qualquer vida que já existiu está depositada em camadas e camadas de pó, de matéria orgânica, que a todos sustenta e provê com alimentos.

Já parou pra pensar que nós estamos em pé, sustentados sobre os nossos antepassados?

Que andamos sobre eles e sobre toda a Vida que permeou suas existências? 

Sejam estas vidas provenientes do reino hominal, animal, vegetal ou mineral?

Já nos demos conta de que tudo que comemos diariamente provém deste mesmo terreno em constante transformação?

Nos percebemos e nos distinguimos na relação

Qual é o referencial que, na prática e no dia a dia, auxilia a ampliar a visão e ter um tanto mais de consciência sobre quem somos e sobre o Todo? É o campo das relações! 

Quando olho para o outro me percebo como alguém distinto dele. É na relação que nos descobrimos mutuamente, como seres vivos, em atividades diversas e em trocas constantes. Em comum, somos todos filhos desta mesma Terra e estamos naturalmente submetidos às Suas leis – princípios da Vida vivenciados em Suas diferentes expressões.

Assim como a gravidade, o magnetismo e a eletricidade têm suas manifestações peculiares, cujos efeitos são observados por pessoas atentas àquilo que se mostra, o mesmo se dá no campo das relações. Seus efeitos foram e são observados e decodificados para a humanidade por meio da atuação de Suas leis. É na referência do diferente que percebemos quem somos com mais clareza. E o que vemos ao olhar de forma mais ampla para nós mesmos e para outros seres?

Vemos que também somos Natureza, frutos deste orbe cuja idade de 4,5 bilhões de anos é curiosamente calculada, também, em função de algo visto em… relação!

A datação de Sua existência é feita por meio dos átomos de urânio encontrados em fragmentos de meteoritos vindos de outras partes do Universo. Segundo cientistas, isso acontece pois é muito difícil realizar este cálculo pelas rochas exclusivamente terráqueas, posto que estão em constante transformação e isso dificulta o estabelecimento de referências comparativas dos elementos que auxiliam a colocar o tempo em perspectiva.

Portanto, quando Bert Hellinger afirma: “Não somos filhos dos nossos pais; nós somos os nossos pais” ele seguramente nos levou para o lugar mais próximo possível que nos leva a compreender que não somos simplesmente terráqueos: somos a Terra em Si mesma e em constante transformação.

Somos frutos da diversidade deste imenso Ser Vivo, Se experimentando ao longo da Sua história, em ciclos naturais e contínuos na imensidão deste planeta que, a cada medição de urânio (e já houve muitas) se descobre mais e mais antigo.

Um dia para lembrar, também, o Brasil em mim

O dia 22 de abril também é uma data que convida a olhar para a origem do Brasil, esta nação filha do encontro de dois sistemas: europeus e povos indígenas. Foi neste dia, no ano de 1500, que exploradores portugueses descobriram e **também foram descobertos** por nativos indígenas que viviam neste conjunto de terras, posteriormente denominado Brasil.

Encontrar a essencialidade que une ambos – filhos do mesmo planeta; compostos da mesma constituição humana em sangue, ossos, músculos e órgãos; nascidos igualmente de uma mãe e um pai; com suas vidas expressas pelo bombeamento no tum-tum de tão semelhante coração… é encontrar a conexão que é, sempre esteve lá e une a todos: a humanidade em nós!

Ao olhar para tudo como foi, temos a oportunidade de nos conectar com o Essencial. Para compreender isso melhor, recorro ao que acontece no encontro de um casal, por exemplo. Dois sistemas passam a interagir e ambos se enriquecem no complemento daquilo que é diferente. Para além da paixão à primeira vista, é na abertura para o novo que ambos vão além do que foram até aquele encontro.

A união entre dois seres diferentes gera histórias complexas, que envolvem muito amor e muita dor de amor. Os filhos deste encontro passam boa parte da vida “des-cobrindo” as riquezas que os habitam: incluem excluídos, reordenam hierarquias invertidas, equilibram trocas provenientes desses dois sistemas. Trata-se de um caminho individual e único para cada ser… Um ponto, porém, é consenso na visão sistêmica da Vida:

Julgar, condenar e excluir um sistema em detrimento do outro gera dor, desequilíbrio e incompletude. Filhos precisam de ambos e se apropriam desta inteireza em si mesmo a cada passo que dão no caminho. Como alguém que desembrulha um presente aos poucos, a cada camada, se dá conta do quão belo é. Até perceber-se assim, grato e a cada dia mais inteiro, o ser humano vive em movimentos de compensação da união destes dois sistemas: nesta busca, cria uma oposição, então algo novo surge e se expande dali…

Uma nova aventura se inicia

Enriquecido de ambos os sistemas, chega o tempo em que o filho percebe que já é hora de dar-se conta de que cresceu; que não lhe cabe ser o juiz dos pais e suas histórias; que graças a esta união tem a vida que tem; que se envolver e olhar por mais tempo para a dor dos pais o impede de viver a vida que recebeu; que alguns assuntos são grandes e pesados demais para ele – o pequeno diante desta relação; que ao se retirar do meio dela, ele pode crescer e ter a certeza de que já não cabe mais na “cama dos pais” – e que permanecer ali está fora de lugar.

Cada filho, a seu tempo, é convidado – pela vida e por si mesmo – a despedir-se da cama dos pais, a ocupar o seu próprio lugar e seguir adiante com todos no coração…

Que cada ser, a seu tempo, possa amar a sua própria existência e ir além do amor à primeira vista: ampliando seu olhar para as belezas e mistérios da segunda, terceira, quarta, quinta, N vistas…

Que a cada ampliação de olhar, possamos ver a beleza do que somos: herdeiros de nós mesmos e da história sagrada da Mãe-Terra, aquecida e vivificada pelos raios do misterioso, distante e, ainda assim, tão presente Pai-Sol!

Filhos estrelas que somos, nos percebemos em meio às oitavas que se desvelam no macrocosmo da Vida. Ante a Sua grandeza, nos percebemos poeira cósmica e, também, filhos da Existência em Si mesma, cidadãos do Universo! Fato expresso na belíssima afirmação de Carl Edward Sagan: “Somos feitos de poeira de estrelas. Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer”… E se relacionar…”

Fatos concretos acerca das datas mencionadas no texto: 

OBS 1: O Dia da Terra, cuja finalidade é criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra, foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no dia 22 de Abril de 1970.

OBS 2: A data da “descoberta ou descobrimento do Brasil” refere-se à descoberta por europeus do território atualmente conhecido como Brasil. Este momento é muitas vezes entendido como sendo o do avistamento da terra que então denominaram por Ilha de Vera Cruz, nas imediações do Monte Pascoal, pela armada comandada por Pedro Álvares Cabral, ocorrida no dia 22 de abril de 1500. A nomenclatura deste evento histórico considera o ponto de vista dos povos do chamado “Velho Mundo”, que tinham registros na forma de História (escrita), e portanto se trata de uma concepção de História contada por europeus (eurocentrada). Marca-se, então, o início de uma colonização portuguesa em territórios que posteriormente formaram o Brasil, em toda a complexidade dos fatos, narrativas e interpretações que se desdobraram dali em diante.

"22 de Abril: Um Dia Para Lembrar Quem Somos" por Daniela Migliari
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“A Doença é um Grito da Alma que nos Chama Para a Vida!” – Vera Boeing

Vera Lúcia Boeing é psicóloga e mestre em Psicologia e Formadora em Constelações Sistémicas Familiares, Organizacionais e de Saúde, tendo também formação internacional em Nova Medicina Germânica e Panorama Social. Atua na área clínica e organizacional, desde 1981, com desenvolvimento de pessoas e equipas.

No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Saúde (7 de Abril), convidamo-la a partilhar a sua visão sobre a Saúde e a importância de ter uma visão sistémica e integrada sobre este tema, pelo que ela generosamente nos deixa este texto:

” Como já dizia Hipócrates, pai da medicina ocidental, ”mente sã, corpo são” e, quando defino que, “a doença é um grito da alma que nos chama para a vida”, considero ainda que, se curamos a alma, curamos o corpo!

Este é o meu entender e te convido a passear por estas linhas, experimentando e desfrutando de tudo.

(…) Hamer e Hellinger pensaram sobre saúde e doença de uma forma, que podemos considerar, não inovadora, mas evoluída, pois olharam para o passado e resgataram aquilo que já era, de certa forma, praticado de maneira natural, por nossos ancestrais e que a própria biologia o faz. E se para haver evolução tem que haver preservação da informação, olharam para “memórias”, para o que foi preservado e nos deixaram um legado.

Dr. Hamer, decodificou aquilo que chama de “Cinco Leis Biológicas” que explicam as causas, o desenvolvimento, e a cura natural das “enfermidades” com base nos princípios biológicos naturais.

As Leis Biológicas que constituem esta verdadeira “Nova Medicina”, estão firmemente embasadas nas ciências naturais, e estão ao mesmo tempo em perfeita harmonia, com outras leis naturais, incluindo leis espirituais. E, é interessante que os espanhóis chamam a Nova Medicina Germânica (GNM) como “A Medicina Sagrada”, por essa verdade.

Bert Hellinger, com o conhecimento filosófico, depois psicológico e fenomenológico nos traz a compreensão sobre princípios da vida que chama de Leis do Amor, traduzindo aquilo que se mostra, vive-se e vê-se muito facilmente quando nos permitimos olhar aquilo que se mostra, ampliadamente.

(…) Quando Hamer diz que “a doença é um programa biológico de sobrevivência da espécie e do indivíduo”, Hellinger diz que “a doença é um movimento do espírito para curar a consciência familiar, levando o indivíduo a reconciliação com excluídos do seu clã”.

Hamer descobriu e comprovou que toda doença é a somatização de um conflito bloqueado. E Hellinguer diz que os conflitos bloqueados são rejeições à vida como ela é.

(…) Esse sofrimento, essa metáfora, é o que chamamos de doença, cuja “missão” é reconciliação entre um excluidor e um excluído, que haviam se desligado da vida e, o retorno a ela, consiste nesta reconciliação. Assim, neste olhar sistêmico das Constelações Familiares, o doente, descendente designado para denunciar esta exclusão e separação da vida, vai imitar os ancestrais com quem está intrincado, rejeitando a vida como ela é, excluindo ou sendo excluído. Quando o doente diz “sim” à sua situação, “sim” à doença, entra em sintonia com o movimento do espírito, iniciando-se a compensação adulta. E a força de cura começa a se manifestar.

(…) Nosso corpo é um depósito de memórias. Ele conta a história. É o resultado de todas as experiências, emoções, traumas e dores vivenciadas ao longo da nossa vida, desde o nosso nascimento. Tanto os lembrados como os não lembrados. E também nos habita a história que nossos ancestrais viveram ao longo das gerações. Levamos connosco os registros dos ocorridos e, mesmo que nos separemos da família de origem, levamos junto e isso nos condiciona, nos determina em silêncio, no nosso interior. E estas informações se mostram, na superfície, nas mais variadas e impensadas maneiras.

Daí a importância de aprendermos a conhecer e, sobretudo, escutar o corpo. Porque ele fala e somos falados por ele. E nesta expressão se manifestam sintomas múltiplos, indo até a enfermidade, e o que vem a luz é aquilo que carregamos, muitas vezes, sem saber.

O que é calado na primeira geração, a segunda leva no corpo!” Françoise Dolto

(…) A doença traz a mensagem e o caminho da cura só pode ser transitado através de um trabalho interior, buscando decifrar o que é que nos vem sendo dito, de que se trata e o que necessita ser escutado.

Também desejo que esta escrita tenha favorecido um novo olhar para a “doença”, acolhendo-a e agradecendo sobre o que ela tem a dizer. Qual a metáfora que o corpo está contanto para escutar este grito da alma chamando para despertar para a vida. Tomar a vida!

Assim, concluo este passeio com Nietzsche dizendo “Não gostaria de despedir-me ingratamente daquele tempo de severa enfermidade, cujo benefício ainda hoje não se esgotou para mim: assim como estou plenamente cônscio das vantagens que a minha instável saúde me dá, em relação a todos os robustos de espírito” – Nietzsche, Gaia Ciência, prólogo §3.

 

Para ler o artigo na íntegra clique aqui  –

Vera Boeing – “A doença é um grito da alma que nos chama para a vida”

Pode também assistir aqui à live de Maria Gorjão Henriques com Vera Lúcia Boeing , sobre o tema Saúde Sistémica

Vera Lúcia Boeing é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Saúde Sistémica

Amit Goswami
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“Deus Não Está Morto” – A Visão e Contributo da Física Quântica por Amit Goswami, PhD

Amit Goswami é um professor de física reformado da Universidade de Oregon, onde serviu na faculdade, de 1986 até 1997.

Em 2009, ele iniciou um movimento chamado “ativismo quântico”, que se encontra a ganhar terreno na América do Norte e do Sul, no sul e leste da Europa e na Índia. Em 2018, junto com os seus colaboradores, ele estabeleceu o Quantum Activism Vishwalayam, uma instituição de educação transformacional na Índia, baseado em ciência quântica e na primazia da consciência. Este programa oferece programas de mestrado e doutoramento em Ciência Quântica da Saúde, Prosperidade e Felicidade sob os auspícios da University of Technology, Jaipur.

No âmbito da comemoração da Páscoa, convidamo-lo a partilhar a sua visão sobre Deus e como é que a Física Quântica contextualiza este conceito:

“Para além de imagens simplistas e muito diversas de Deus que todas as religiões dão oferecem ao apelo popular, ao nível do seu núcleo esotérico, todas elas  concordam que, para além das interacções materiais, existe outro agente de causalidade no mundo; e é a isto que chamam Deus.  As religiões também concordam que, para além do nível material da realidade, que experimentamos fora de nós, existem outros níveis subtis de realidade que experimentamos quando olhamos para dentro.  As religiões também concordam sobre um terceiro aspecto muito importante da divindade:  devemos tentar manifestar qualidades divinas – como por exemplo o amor, beleza, justiça, verdade e o bem, – nas nossas vidas.

Quando não há muito tempo, o filósofo Nietzsche declarou: “Deus está morto”, lamentou que as populares rendições religiosas de Deus fossem tão simplistas que já não podem guiar as pessoas para se aproximarem da divindade.  Isto é verdade.  No entanto, até hoje, muitos cientistas bateram num cavalo morto ao tentar refutar as populares imagens de Deus.  Isto não é de todo útil.  As verdadeiras questões, e todas estas são questões de ciência, são:

(1) Existe uma causa no mundo para além das interacções materiais?

(2) Existem níveis não-materiais subtis da realidade? 

E (3) Existe alguma justificação científica da ética, que nos obrigue a perseguir a divindade nas nossas vidas?

A maioria dos cientistas de hoje diz directamente “Não”, em resposta a estas perguntas, porque contradizem a sua metafísica do materialismo científico segundo a qual só existe matéria e as suas interacções, nada mais é real.  No meu livro, “Deus Não Está Morto”, também dou respostas, e todas elas são afirmativas.  Sim, existe Deus.

Porque (1) existe um agente de causalidade para além da interacção material; (2) o que experimentamos internamente são mundos não-materiais subtis; e (3) não só devemos perseguir a piedade nas nossas vidas como a nossa evolução nos está a levar a manifestações cada vez melhores de piedade.  No meu livro apoio estas afirmações tanto com teoria científica como com evidência empírica.

(…)

Vamos mais fundo.  Se nós (a nossa consciência) somos capazes de converter a possibilidade em realidade, a nossa consciência não pode ser um produto do cérebro ou qualquer outro objecto material, uma vez que todos os objectos materiais obedecem à física quântica e devem ser apenas possibilidades.  Portanto, a consciência como agente não-material de escolha é um agente causal!  Será que descobrimos Deus?

Não, dizem os cientistas, e até certo ponto eles estão certos.  O acima exposto levanta o paradoxo do dualismo, se pensarmos na consciência de escolha ou Deus como um agente separado de nós, como fazem as religiões populares.  Para ver isto, faça a simples pergunta: como é que um Deus não-material interage com o mundo material?  Não o pode fazer sem um mediador.  Mas um mediador requer energia.  E a energia do mundo físico é uma constante; a energia nunca passa do mundo material para um mundo de Deus e vice-versa.

(…)

No núcleo esotérico, os mestres das várias religiões compreenderam a situação na perfeição.  Deus não está separado do mundo material, é ao mesmo tempo transcendente e imanente.  Mas o que querem eles dizer?  Até há pouco tempo, tanto os cientistas como as pessoas comuns, não foram capazes de penetrar na sabedoria destas palavras.  Assim, os cientistas ignoram-nas e as pessoas comuns continuam a pensar em Deus como um agente duplo de causalidade.  A compreensão adequada da física quântica resolve o impasse.

Faz sentido, não faz?  E mais. Esta não localidade da nossa escolha da consciência é uma ideia experimentalmente verificável.  De facto, esta não-localidade foi verificada por cinco experiências diferentes de cinco grupos diferentes em cinco laboratórios diferentes, todos mostrando a transferência directa (sem sinais) da actividade eléctrica do cérebro de um sujeito para outro quando os sujeitos são correlacionados através da intenção meditativa.  Isto é relatado em “Deus Não Está Morto”.

As evidências empíricas dos corpos subtis abundam na saúde e cura, nos sonhos, no fenómeno da morfogénese biológica, na sobrevivência após a morte e reencarnação, só para citar alguns.

Mais uma vez, as provas científicas para Deus já estão aqui, portanto, o que devemos fazer a esse respeito?  Por um lado, devemos levar a sério os mestres religiosos e prestar atenção à ética.  Os valores – o amor, a beleza, a justiça, a verdade e o bem – de que a ética fala, são o que intuímos.  E existem muitas provas (por exemplo, nos fenómenos dos sonhos, criatividade e reencarnação) da importância e validade da ética tal como discutido no meu livro “Deus Não Está Morto”.

E mais.  Quando reconhecemos que a teoria de evolução contínua de Darwin é incompleta e a complementa com os saltos quânticos criativos descontínuos, descobrimos uma coisa espantosa.  A direcção da evolução biológica, de organismos simples a complexos, pode ser explicada.  Evoluímos da simplicidade para a complexidade, para podermos manifestar cada vez melhor as nossas experiências dos domínios subtis das possibilidades.  Em particular, neste momento estamos a evoluir no sentido de manifestar cada vez melhor as nossas qualidades divinas.

Disse o filósofo jesuíta Teilhard de Chardin “Um dia  aproveitaremos . . . as energias do amor”.  Teilhard estava certo.  Esse dia não está muito distante.”

Para ler o artigo na íntegra clique aqui  – Deus Não Está Morto – Amit Goswami, PhD

Pode assistir aqui à live de Maria Gorjão Henriques com Amit Goswami, sobre o tema da Física Quântica.

Amit Goswami é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Consciência Sistémica.

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A Importância do Processo de Luto – Jean-Guillaume Salles

Jean-Guillaume Salles nasceu em 13 de abril de 1971, em França.
Cientista de formação, licenciado em Geofísica, encontra o seu verdadeiro caminho: a relação de ajuda, da abordagem da interação do corpo e da consciência. Vive um encontro fundamental com a Descodificação Biológica, que revoluciona a sua vida e a sua prática terapêutica. A investigação terapêutica com base nos critérios de eficácia, respeito e curiosidade, tornam-no especialista em PNL e Hipnose Ericksoniana.

No âmbito da comemoração da Páscoa, convidamo-lo a partilhar a sua visão sobre o Luto e o Renascimento, pelo que ele generosamente nos dá o seu testemunho:

“O termo luto” está sujeito a confusão, e isto pode inconscientemente ou conscientemente bloquear o processo de luto.

A confusão reside em acreditar que se eu chorar esquecerei a pessoa amada que morreu (também pode ser um animal); por outro lado, se eu deixar de sofrer pela ausência da pessoa amada, é como se esta não tivesse sido importante para mim, ou como se eu já não a amasse.

Mas o luto não tem nada a ver com isso, é simplesmente para deixar de sofrer pela ausência. Portanto, quando penso novamente no falecido, dentro de mim já não há essa dor, mas um desejo alegre.

Aceitemos esse desejo alegre como a melhor forma de honrar a memória da pessoa amada que perdemos!

Devo também referir a importância de lamentar simbolicamente, ou seja, lamentar um projecto de vida que não fomos capazes de levar a cabo, ou lamentar uma certa ideia de família em caso de divórcio, lamentar a nossa vida profissional quando nos reformamos, ou um país que tivemos de deixar, entre outros.

Nesse caso, é muito importante definir o mais precisamente possível o objecto do nosso luto, a fim de não o confundir com uma parte de nós mesmos. Não podemos curar matando partes de nós próprios, mas curando-as… por isso não temos de chorar uma parte de nós próprios, mas sim “períodos de vida”.

A segunda coisa é simbolizar o objecto de luto, porque o símbolo é a linguagem do nosso inconsciente, e ao fazer este trabalho de simbolizar o objecto de luto (vida profissional, viver num lugar…) o símbolo escolhido vem muitas vezes falar de si mesmo e dá-nos informações interessantes.

E, finalmente, reconhecer o que aquela parte da vida que temos de lamentar nos ensinou. Porque, reconhecendo a aprendizagem, podemos lamentar e sair ricos e crescidos dessa experiência para estarmos disponíveis para outras aventuras.

Esta parte do luto simbólico é algo que não estamos necessariamente habituados a ter em consideração, e que, creio, é importante para evoluir e viver mais facilmente. Creio que se formos capazes de ter em consideração este processo de luto simbólico e de fazer um ritual para o tornar concreto, estaremos mais disponíveis e abertos à mudança.
Recordemos aquela frase do Buda que diz algo que vai no sentido desta ideia: “Na vida, a única coisa que é permanente é a impermanência.”

Então, sempre que queremos agarrar-nos a algo ou congelar coisas, não nos opomos ao fluxo da Vida? 

Pode também assistir à live de Jean-Guillaume Salles com Maria Gorjão Henriques sobre o tema Transgeracional.

Jean-Guillaume Salles é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Consciência Sistémica.