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Tiiu Bolzmann
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O amor entre pais e filhos. Benção ou obstáculo? por Tiiu Bolzmann

Terapeuta Familiar Sistémica, Supervisora Sistémica e Formadora em Aconselhamento Sistémico
As crianças são as pessoas mais próximas que temos.

Um filho, uma filha, são “o nosso sangue”, carregam os nossos genes, a nossa história familiar, e com ela tudo o que somos. Nós próprios também carregamos tudo de nossos pais e eles, por sua vez, carregam tudo dos seus próprios pais.

Também podemos observar essa proximidade na vida quotidiana. Nos filhos, quando os pais adoecem, e a mãe se preocupa com o pai ou o pai com a mãe. Quando os filhos descobrem os problemas que o pai ou a mãe têm no trabalho, com dinheiro, com os vizinhos, com os sogros e, muitas vezes, também quando há desentendimentos entre eles como casal. Na verdade, as crianças sabem tudo sobre seus pais.

O vínculo entre pais e filhos é o vínculo mais forte que existe e, embora não estejam diretamente envolvidos nas relações íntimas do casal, eles apercebem-se sempre quando algo acontece, e preocupam-se.

Todas as crianças estão cientes dos seus pais. Não importa a idade deles (nem dos filhos, nem dos pais). Cada época tem a sua própria expressão de preocupação. O bebé nos primeiros meses não dorme, por eles; na infância, a criança adoece, para eles; na adolescência, eles lutam por eles; e em todos os casos esta preocupação torna-se um problema para o filho, ou filha, na vida adulta.

O amor incondicional que temos pelos nossos pais leva-nos a procurar, a todo custo, uma solução para eles.

E assim desgastamo-nos, porque não percebemos que a solução não está nas nossas mãos.

Todas as criança querem que os pais estejam bem e que fiquem juntos para o resto da vida.

Esse desejo é intrínseco à própria vida, porque somos, desde a conceção, nossos pais.

Toda a criança carrega os dois, a mãe e o próprio pai, não é possível escapar a esta fusão.

É por isso que vivemos com o desejo de que os dois permaneçam unidos para sempre. Em muitos casos, os filhos percebem quando o relacionamento entre os pais se esgota, e entendem que seria melhor a separação. Mas esse “entendimento” leva-os de volta ao conflito, porque sabem que essa separação é boa para um, mas difícil para o outro. Esta dinâmica de ver que um dos pais se sente bem, e que o outro se sente mal, é o que experimentamos desde sempre, mesmo antes de entendermos que, ao longo da vida, nos sentimos “ao serviço” dos nossos pais de diferentes formas. 

Lembro-me muito bem que meu padrasto, quando discutia com minha mãe (por que motivo? Nunca soube), ficava muito tempo sem falar com ela. Não me lembro se eram dias, semanas ou meses, a mim parecia-me uma eternidade. Ao jantar ele dizia: “diga a sua mãe que não quero mais sopa.” Eu olhava para um e para o outro. Não sabia o que fazer. Eu sentia-me muito mal pois sabia que ela o tinha escutado e, se eu atendesse ao seu pedido parecia mostrar que estava a tomar partido dele.  Mas, em contrapartida, se eu não falasse, eu também me sentia muito mal com meu padrasto, por estar a desobedecer-lhe e, além disso, a mostrar tomar partido da minha mãe. 

Foi um jogo terrível para mim e, embora ele não fosse meu pai biológico, ficava sempre com o meu coração partido. Eu sabia que minha mãe o amava, e que ele amava a minha mãe. Não conseguia entender como duas pessoas que se amavam se podiam magoar tanto.

Não importa se os filhos estão presentes nas brigas dos pais ou não, eles percebem que algo está a acontecer e que esse “algo” pode ser perigoso. A mãe e o pai distanciam-se, e o filho percebe isso como uma ameaça contra si mesmo, contra sua própria integridade.

O que é verdadeiramente trágico é que os filhos nunca estão presentes nos momentos em que os pais se voltam a aproximar.

Principalmente quando a reaproximação se dá na intimidade. Assim, os filhos vivenciam apenas o conflito, mas não estão presentes na reconciliação. Eles ficam com o “mal” que um fez ao outro, e então questionam essa reconciliação, porque não entendem como podem ficar bem depois do que aconteceu. 

Uma situação especialmente desagradável é quando um dos pais dá informações íntimas sobre o outro progenitor ao filho, algo que deveria permanecer apenas entre os pais. Nesse caso, podemos perder o respeito por eles.

Essas informações invadem muito a nossa alma e, em muitos casos, não podemos conviver com o preconceito que isso gera sem nos ferirmos.

Na nossa alma não podemos suportar que um de nossos pais perca a dignidade.

De repente, sentimo-nos “obrigados” a julgar e a tomar partido de um, em detrimento do outro.

Essa divisão prejudica a alma do filho e, nos casos mais extremos, deixa marcas para toda a vida. 

Quanto nos teria ajudado entender que os conflitos do casal fazem parte da vida, que não devem ser evitados, mas resolvidos?

Nas famílias que têm uma cultura de permitir conflitos e buscar soluções, essa ameaça angustiante não ocorre. Para os filhos é de grande ajuda quando os pais lhes mostram que, apesar da discordância entre eles, eles podem continuar a se sentir seguros.  A solução não é desfazer o conflito, mas respeitá-lo e deixá-lo nas mãos daqueles a quem pertence.  Mas este entendimento surge com a maturidade. Quando somos mais novos não temos recursos para fazer essas reflexões sobre relacionamentos.

Podemos passar a vida a reclamar dos danos que os nossos pais nos causaram, e permanecermos como vítimas dos acontecimentos ocorridos na nossa infância e adolescência. Porém, desta forma, o nosso comportamento remete para a infância, permanecemos crianças.

Perdemos poder quando não vemos que já somos responsáveis ​​pelas nossas vidas e que, como adultos, temos a hipótese de “digerir” esses eventos traumáticos e sair dos “enredos”.

Claro que dói. Em primeiro lugar, dói quando voltamos a sentir as emoções oprimidas daquela época. Em segundo lugar, dói desistir do desejo de ser diferente. Então dói abrir mão do “direito de ficar com raiva e indignado” com os pais. Finalmente, dói perceber o quanto desse comportamento foi adotado por nós nos nossos relacionamentos com nossos próprios filhos. No trabalho sistémico com as Constelações Familiares podemos colocar-nos como adultos no nosso lugar de crianças. E assim olhar para os nossos pais e ver a dignidade de ambos, com as suas possibilidades e limitações

Guillermo Echegaray
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As CONSTELAÇÕES ORGANIZACIONAIS: uma tecnologia do futuro, por GUILLERMO ECHEGARAY INDA

Guillermo Echegaray

GUILLERMO ECHEGARAY INDA é doutor em Filosofia, psicólogo e diretor do centro

Guillermo Echegaray-Oficina de Psicologia. Consultor Sistémico, Constelador Organizacional e Estrutural.

As constelações organizacionais são uma nova ferramenta que permite aceder à dinâmica sistémica que se desenvolve nas empresas. Isso tem a ver com o papel que desempenham no método e com os princípios sistémicos do direito de pertencer, ordem e equilíbrio entre dar e receber.

O procedimento singular das constelações organizacionais permite um acesso à experiência real das empresas,

de outra forma inatingível. Pode-se por isso prever o importante papel que as constelações terão no futuro.

As empresas e organizações estão cheias de planos, produtos, métodos de consultoria e análise, capazes de dissecar múltiplos clientes com potencial. Mas geralmente muitos destes clientes naufragam. O “ponto Cego” da ciência contemporânea é a experiência, o neurobiologista chileno Francisco Varela costumava dizer: “os nossos métodos de análise estão cheias de fatos, números, apresentações brilhantes em PowerPoint, mas na maioria das vezes chegam muito tarde, quando a experiência já ocorreu, e em muitas ocasiões, nada mais são do que “análise / paralisia”.  

Precisamos de uma nova qualidade de atenção e intenção para aplicar às nossas empresas e organizações.  

O que diferencia uma empresa ou organização bem-sucedida, de outra que fracassa, não é o que ela faz ou como o faz, mas a fonte, o lugar íntimo de onde agir.  

Scharmer observou como as interações que ocorrem nas organizações podem ser agrupadas em quatro modelos:

1. Modelo de “download”: o que ocorre quando aplicamos um esquema já conhecido e reconfirmamos nosso;

2. Modelo factual: prestamos atenção aos fatos e os dados que confirmam ou refutam informações anteriores.

3. Modelo empático: onde interagimos e com um “coração aberto” e entramos no mundo do outro ou no outro.

4. Modelo gerador: quando nos conectamos com um espaço mais amplo e profundo de ação, e observamos e ouvimos o campo emergente da máxima possibilidade futura.

Raramente as nossas instituições e organizações vão além do modelo 2 ou, quando muito, chegam ao 3.

O mesmo Scharmer aponta que as constelações organizacionais são uma ferramenta particularmente adequada para “testemunhar” a esta experiência,e chegar mais perto do conhecimento das organizações que o modelo 4 pode possibilitar.

As constelações organizacionais permitem aceder a problemas sistémicos de raiz, ao abrir uma porta para o

expressão dessa possibilidade futura emergente.

Mas o que significa “problemas sistémicos de raiz”?

Todos nós entendemos o que numa organização ou empresa saudável os funcionários se sentem bem e trabalhamde forma eficiente. A organização atende aos objetivos para os quais foi inicialmente criada, e há uma troca entre a sociedade e o “mundo exterior.

Em suma, uma organização “saudável” é aquela em que alguém gostaria de trabalhar. Onde podemos ouvir: “Eu sinto-me no meu lugar”. “Há energia aqui.”. “Nós sabemos o que estamos a fazer neste negócio”.

O oposto seriam expressões como: “Há algo de errado aqui.” “Temos problemas de comunicação”. “Eu não sinto que posso desenvolver todas as minhas capacidades nesta empresa”.

Dito assim, pode parecer que é uma questão de transformar uma organização problemática, numa saudável. Seria uma questão de resolver questões pessoais ou problemas práticos: comunicação, motivação, desempenho, etc. No entanto, o pensamento sistémico ensina-nos a ver que o todo é mais do que a soma das partes, e que uma organização é uma entidade viva e, como tal, a sua dinâmica influencia totalmente os indivíduos que a constituem.

Assim, há que compreender a dinâmica que está na base dos problemas da organização, pois só assim podemos encontrar uma saída para estas questões.

  • Quantos desses problemas de comunicação ou desmotivação têm raízes sistémicas?

  • Como explicar que um profissional inteligente, preparado e competente, numa dada organização se comporte como um inútil, enquanto noutra semelhante pode dar 120 por cento de suas capacidades?

Aqui está uma dinâmica sistémica típica!

Pode continuar a ler o artigo (na íntegra) aqui. constelações organizacionais por G.Echegaray

Sami Storch
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O DIREITO SISTÉMICO É UMA LUZ NO CAMPO DOS MEIOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS por Sami Storch

A Visão do DIREITO SISTÉMICO, e a sua ação,  por Sami Storch.
Sami Storch é Juiz de Direito no Estado da Bahia, Mestre em Administração Pública e Governo e autor da expressão “Direito Sistémico” e do blog com o mesmo nome.
Convidámo-lo a escrever um pouco sobre a “sua  área”,
pelo que abaixo publicamos um dos textos que gentilmente nos enviou. 

(…) Há muito que se observa a incapacidade do Poder Judiciário em processar e julgar a quantidade de ações que lhe são apresentadas. A estrutura pessoal e material existente não é suficiente.

Por outro lado, já é reconhecida no meio jurídico e na sociedade, a necessidade de novos métodos de tratamento dos conflitos. Métodos que permitam não apenas uma decisão judicial que estabeleça, como deve ser, a solução para cada conflito — dizendo às partes quais os respetivos direitos e obrigações , mas também dar paz aos envolvidos. Permitindo que eles mantenham um bom relacionamento futuro e, inclusive, tratem de forma amigável outras questões que possam surgir.

A tradicional forma de lidar com conflitos no Sistema Judiciário já não é vista como a mais eficiente.

Uma sentença de mérito, proferida pelo juiz, quase sempre gera inconformismo e, não raro, desagrada a ambas as partes. Em muitos casos enseja a interposição de recursos e manobras processuais, ou extraprocessuais, que dificultam a execução. Como consequência, a pendência estende-se no tempo, gerando custos ao Estado, incerteza e sofrimento para as partes envolvidas.

Tal fenómeno é ainda mais visível nos conflitos de ordem familiar, que têm origem quase sempre numa história de amor, e geralmente envolve filhos.

A instrução processual é nociva para todos os envolvidos.

Cada testemunha que depõe a favor de uma parte pode trazer à tona fatos comprometedores relativos à outra, alimentando ressentimento e dificultando a paz. Assim, mesmo depois de julgada a ação, esgotados os recursos e efetivada a sentença, o conflito permanece.

A conciliação no âmbito judicial está instituída há bastante tempo na legislação brasileira, e é largamente aplicada nas causas cíveis, com mais ênfase naquelas relativas às Famílias.

Também para o tratamento relativo aos crimes de menor potencial ofensivo, a mesma lei prevê a composição civil dos danos como forma de resolver conflitos, evitando-se uma ação penal. Mas outros métodos também se tornam necessários para desafogar os tribunais e resolver os conflitos.

Há 12 anos que utilizo técnicas de constelações familiares sistémicas, obtendo bons resultados na facilitação das conciliações e na busca de soluções que tragam paz aos envolvidos nos conflitos submetidos à Justiça, em processos da “Vara de Família e Sucessões”, e também no tratamento de questões relativas à infância e juventude e à área criminal, mesmo em casos considerados bastante difíceis.

Trata-se de uma abordagem originalmente utilizada como método terapêutico pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger, que a partir das constelações familiares desenvolveu uma ciência dos relacionamentos humanos, ao descobrir algumas ordens (leis sistémicas) que regem as relações. Essa ciência foi batizada pelo seu autor com o nome de Hellinger Sciencia.

O conhecimento de tais ordens conduz-nos a uma nova visão do Direito, e de como as leis podem ser elaboradas e aplicadas de modo a trazerem paz às relações.

A expressão “Direito Sistémico”, termo cunhado por mim quando lancei o blog Direito Sistémico (direitosistemico.wordpress.com), surgiu da análise do Direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas, conforme demonstram as constelações familiares desenvolvidas por Hellinger.

Segundo essa abordagem, diversos problemas enfrentados por um indivíduo (bloqueios, traumas e dificuldades de relacionamento, por exemplo) podem derivar de fatos graves ocorridos no passado não só do próprio indivíduo, mas também de sua família, em gerações anteriores, e que deixaram uma marca no sistema familiar. Mortes trágicas ou prematuras, abandonos, doenças graves, segredos, crimes, imigrações, relacionamentos desfeitos de forma “mal resolvida” e abortos são alguns dos acontecimentos que podem gerar emaranhamentos no sistema familiar, causando dificuldades em seus membros, mesmo em gerações futuras.

As constelações familiares consistem num trabalho onde pessoas são convidadas a representar membros da família de uma outra pessoa (o cliente), e, ao serem posicionadas umas em relação às outras, sentem como se fossem as próprias pessoas representadas, expressando os seus sentimentos de uma forma impressionante, ainda que não as conheçam.

Vêm à tona as dinâmicas ocultas no sistema do cliente, que lhe causam os transtornos, mesmo que relativas a fatos ocorridos em gerações passadas, inclusive fatos que ele desconhece. Podem-se propor frases e movimentos que desfaçam os emaranhamentos, restabelecendo-se a ordem, unindo os que no passado foram separados, proporcionando alívio a todos os membros da família e fazendo desaparecer a necessidade inconsciente do conflito, trazendo paz às relações.

“O Direito sistémico vê as partes em conflito como membros de um mesmo sistema, e ao mesmo tempo vê cada uma delas vinculada a outros sistemas dos quais simultaneamente fazem parte (família, categoria profissional, etnia, religião etc.) e procura encontrar uma solução que, considerando todo esse contexto, traga maior equilíbrio.”

Há temas que se apresentam com frequência: como lidar com os filhos na separação, as causas e soluções para a violência doméstica, questões relativas à guarda e alienação parental, problemas decorrentes do vício (em geral relacionado a dificuldades na relação com o pai), litígios em inventários nos quais se observa alguém que foi excluído ou desconsiderado no passado familiar, entre outros. Cada um dos presentes, mesmo os que se apresentem apenas como vítimas, pode frequentemente perceber de forma vivenciada que há algo na sua própria postura ou comportamento que, mesmo inconscientemente, estava a contribuir para a situação conflituosa. Essa perceção, por si só, é significativa e naturalmente favorece a solução.

Em ações de família, muitas vezes uma constelação simples, colocando representantes para o casal em conflito e os filhos, é suficiente para evidenciar a existência de dinâmicas como a alienação parental e o uso dos filhos como intermediários nos ataques mútuos, entre outros emaranhamentos possíveis. Essas explicações têm se mostrado eficazes na mediação de conflitos familiares e, em cerca 90% dos casos, as partes reduzem resistências e chegam a um acordo.

Em alguns tribunais, no Ministério Público e na Defensoria Pública, têm sido realizadas experiências na área criminal, com o objetivo de facilitar a pacificação dos conflitos e a melhoria dos relacionamentos, incluindo réu, vítima e respetivas famílias. As constelações têm servido de prática auxiliar no trabalho com a Justiça restaurativa, ajudando a preparar as partes e a comunidade envolvidas, para que possam dar um encaminhamento adequado à questão.

No âmbito penitenciário, multiplicam-se as práticas, visando proporcionar aos presos uma oportunidade de compreender as dinâmicas ocultas por trás do padrão criminoso, e olhar para onde está o amor que, de forma cega, os fez repetir os comportamentos antissociais já ocorridos em gerações passadas, na história da própria família.

As reações dos participantes têm indicado resultados notáveis.

Independentemente da aplicação da lei penal, acredito que as constelações possam reduzir as reincidências, auxiliar o agressor a cumprir a pena de forma mais tranquila e com mais aceitação, aliviar a dor da vítima e, quem sabe, desemaranhar o sistema para que não seja necessária outra pessoa da família se envolver novamente em crimes, como agressor ou vítima, por força da mesma dinâmica sistémica.

Durante e após o trabalho com constelações, os participantes têm demonstrado boa absorção dos assuntos tratados, um maior respeito e consideração em relação à outra parte envolvida, além da vontade de conciliar — o que se comprova também com os resultados das audiências realizadas semanas depois e com os relatos das partes e dos advogados da comarca.

SAMI STORCH

SAMI STORCH é também um dos palestrantes do CONGRESSO DE CONSCIÊNCIA SISTÉMICA, 
e estará presente em DUAS palestras na área temática DIREITO SISTÉMICO.

Assista também à live de SAMIT STORCH com a fundadora do Congresso, Maria Gorjão Henriques,

sobre o tema DIREITO SISTÉMICO.

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“A Doença é um Grito da Alma que nos Chama Para a Vida!” – Vera Boeing

Vera Lúcia Boeing é psicóloga e mestre em Psicologia e Formadora em Constelações Sistémicas Familiares, Organizacionais e de Saúde, tendo também formação internacional em Nova Medicina Germânica e Panorama Social. Atua na área clínica e organizacional, desde 1981, com desenvolvimento de pessoas e equipas.

No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Saúde (7 de Abril), convidamo-la a partilhar a sua visão sobre a Saúde e a importância de ter uma visão sistémica e integrada sobre este tema, pelo que ela generosamente nos deixa este texto:

” Como já dizia Hipócrates, pai da medicina ocidental, ”mente sã, corpo são” e, quando defino que, “a doença é um grito da alma que nos chama para a vida”, considero ainda que, se curamos a alma, curamos o corpo!

Este é o meu entender e te convido a passear por estas linhas, experimentando e desfrutando de tudo.

(…) Hamer e Hellinger pensaram sobre saúde e doença de uma forma, que podemos considerar, não inovadora, mas evoluída, pois olharam para o passado e resgataram aquilo que já era, de certa forma, praticado de maneira natural, por nossos ancestrais e que a própria biologia o faz. E se para haver evolução tem que haver preservação da informação, olharam para “memórias”, para o que foi preservado e nos deixaram um legado.

Dr. Hamer, decodificou aquilo que chama de “Cinco Leis Biológicas” que explicam as causas, o desenvolvimento, e a cura natural das “enfermidades” com base nos princípios biológicos naturais.

As Leis Biológicas que constituem esta verdadeira “Nova Medicina”, estão firmemente embasadas nas ciências naturais, e estão ao mesmo tempo em perfeita harmonia, com outras leis naturais, incluindo leis espirituais. E, é interessante que os espanhóis chamam a Nova Medicina Germânica (GNM) como “A Medicina Sagrada”, por essa verdade.

Bert Hellinger, com o conhecimento filosófico, depois psicológico e fenomenológico nos traz a compreensão sobre princípios da vida que chama de Leis do Amor, traduzindo aquilo que se mostra, vive-se e vê-se muito facilmente quando nos permitimos olhar aquilo que se mostra, ampliadamente.

(…) Quando Hamer diz que “a doença é um programa biológico de sobrevivência da espécie e do indivíduo”, Hellinger diz que “a doença é um movimento do espírito para curar a consciência familiar, levando o indivíduo a reconciliação com excluídos do seu clã”.

Hamer descobriu e comprovou que toda doença é a somatização de um conflito bloqueado. E Hellinguer diz que os conflitos bloqueados são rejeições à vida como ela é.

(…) Esse sofrimento, essa metáfora, é o que chamamos de doença, cuja “missão” é reconciliação entre um excluidor e um excluído, que haviam se desligado da vida e, o retorno a ela, consiste nesta reconciliação. Assim, neste olhar sistêmico das Constelações Familiares, o doente, descendente designado para denunciar esta exclusão e separação da vida, vai imitar os ancestrais com quem está intrincado, rejeitando a vida como ela é, excluindo ou sendo excluído. Quando o doente diz “sim” à sua situação, “sim” à doença, entra em sintonia com o movimento do espírito, iniciando-se a compensação adulta. E a força de cura começa a se manifestar.

(…) Nosso corpo é um depósito de memórias. Ele conta a história. É o resultado de todas as experiências, emoções, traumas e dores vivenciadas ao longo da nossa vida, desde o nosso nascimento. Tanto os lembrados como os não lembrados. E também nos habita a história que nossos ancestrais viveram ao longo das gerações. Levamos connosco os registros dos ocorridos e, mesmo que nos separemos da família de origem, levamos junto e isso nos condiciona, nos determina em silêncio, no nosso interior. E estas informações se mostram, na superfície, nas mais variadas e impensadas maneiras.

Daí a importância de aprendermos a conhecer e, sobretudo, escutar o corpo. Porque ele fala e somos falados por ele. E nesta expressão se manifestam sintomas múltiplos, indo até a enfermidade, e o que vem a luz é aquilo que carregamos, muitas vezes, sem saber.

O que é calado na primeira geração, a segunda leva no corpo!” Françoise Dolto

(…) A doença traz a mensagem e o caminho da cura só pode ser transitado através de um trabalho interior, buscando decifrar o que é que nos vem sendo dito, de que se trata e o que necessita ser escutado.

Também desejo que esta escrita tenha favorecido um novo olhar para a “doença”, acolhendo-a e agradecendo sobre o que ela tem a dizer. Qual a metáfora que o corpo está contanto para escutar este grito da alma chamando para despertar para a vida. Tomar a vida!

Assim, concluo este passeio com Nietzsche dizendo “Não gostaria de despedir-me ingratamente daquele tempo de severa enfermidade, cujo benefício ainda hoje não se esgotou para mim: assim como estou plenamente cônscio das vantagens que a minha instável saúde me dá, em relação a todos os robustos de espírito” – Nietzsche, Gaia Ciência, prólogo §3.

 

Para ler o artigo na íntegra clique aqui  –

Vera Boeing – “A doença é um grito da alma que nos chama para a vida”

Pode também assistir aqui à live de Maria Gorjão Henriques com Vera Lúcia Boeing , sobre o tema Saúde Sistémica

Vera Lúcia Boeing é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Saúde Sistémica

Fernando Freitas
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CONSCIÊNCIA SISTÉMICA_Os novos Paradigmas de Saúde e de Cura por Dr. Fernando Freitas

Dr. Fernando Freitas

Convidámos o Dr. Fernando Freitas a partilhar um pouco da sua visão sobre a a Consciência Sistémica e a Saúde, e ele generosamente, partilhou este texto: 

Ainda não conhece a evolução da Genética que está a revolucionar a Medicina e a Psicoterapia?

O conhecimento da Epigenética está a mudar radicalmente a forma como compreendemos as doenças e os comportamentos humanos. Em breve veremos novas formas de tratamento do Cancro, Doenças Autoimunes, Depressão, Psicose, e muitas outras enfermidades que trazem tanto sofrimento aos doentes e seus familiares.

Na minha jornada profissional de cura das doenças, que se iniciou em 1975 quando entrei na Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP), eu participei em muitas mudanças na forma de ver a Doença, o Doente, o Médico, a Medicina e a Saúde. Os conhecimentos científicos das várias áreas trouxeram uma luz capaz de revelar muitos fenómenos, que os profissionais conheciam, mas não tinham como explicar. A Física Quântica foi uma delas.

Há pouco tempo surgiu uma nova ciência que quebrou muitos paradigmas, e trouxe uma perceção da Vida que derrubou muitos dogmas na área da Saúde, e no relacionamento humano – a Epigenética

Ainda acredita que é um ser isolado, “dono” da sua própria vida, e que suas escolhas vêm apenas da sua mente, e só o afetam a si mesmo?

Ainda não descobriu que está profundamente conectado com o mundo que o cerca no presente?

Sabia que seu corpo e sua mente foram afetados pelas experiências de vida de várias gerações familiares do passado? E que hoje você é a ponte que vai determinar se as próximas gerações serão mais saudáveis ou mais doentias?

Ainda não sabe que tem o poder de fazer mudanças em si mesmo, na família e em todos os níveis de relacionamentos no presente e no futuro (na sua própria vida e na dos descendentes)?

Todos temos um enorme poder de transformação que está aprisionado nas nossas crenças mentais. É a nossa interpretação da Vida que cria a ilusão de mundo. A grande questão é: Como desenvolvemos essa interpretação?

  • Se nós mudarmos tudo se transformará na nossas Vidas?
  • Onde começamos a existir como ser humano?
  • Como é que a Vida se conectou connosco?
  • Você já alguma vez colocou estas questões a si próprio?

Afinal, o que é a Vida e qual é a sua relação com ela?

Todas estas questões nortearam grandes pesquisadores em várias fases do conhecimento. O grande objetivo é encontrar as bases de compreensão do ser humano, identificar as causas do sofrimento humano e descobrir formas de tratamento. 

Para continuar a ler o artigo na íntegra, por favor clique no link:

CONSCIENCIA SISTÉMICA_novos paradigmas de saude e cura_Dr. Fernado Freitas .docx

O Dr. Fernando Freitas é mais um dos Palestrantes presentes no Congresso Internacional de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática SAÚDE SISTÉMICA.

Assista também à live da fundadora do Congresso, Maria Gorjão Henriques,  com o Dr. Fernando Freitas

sobre o tema SAÚDE SISTÉMICA.

Paulo Pimont Berndt
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A Força do Pai (Paulo Pimont Berndt)

Paulo Pimont Berndt

Se reconectar com a Força do PAI, é ter um MASCULINO saudável

Nesta semana do Pai, escolhemos Paulo Pimont Berndt para honrarmos a figura masculina que nos deu a Vida.

(somos 50% pai e 50% mãe)

Quem acompanha o trabalho deste palestrante do congresso, sabe do seu contributo nesta tomada de consciência da Força do PAI.

Nas suas partilhas enquanto Pai, e no seu trabalho com o masculino, há mais de 15 anos, ele realça a característica que mais ouve por parte dos homens, a respeito dos seus Pais. “A AUSÊNCIA”!

“ A ausência é a grande ferida que nós homens carregamos em relação ao Pai. Na verdade, nós humanidade.”

Para este especialista em Terapia Familiar, o movimento de afastamento do Pai começou em meados do século XX, quando “ocorreu na europa e na América do Norte, uma mudança maciça. O Pai estava trabalhando, mas o filho não podia vê-lo trabalhar” (Bly, R. em João de Ferro).

No seu artigo “A Força do Pai”, Pimont afirma basear o seu trabalho neste autor, e faz a seguinte reflexão: “O patriarcado é uma estrutura interessante e complexa. Porque, na verdade, o patriarcado tem, em sua essência, o matriarcado. Pois, quem passa a maior parte do tempo fora, trabalhando para prover a família, que passa menos tempo com os filhos, é o Pai. Quem comanda a casa, educa os filhos e está perto durante toda a formação psíquica da criança é a Mãe.”

COMO AMAR O PAI?

“Digo uma coisa: amar ao Pai não é uma escolha. Todos nós temos um amor intrínseco ao nosso Pai que muitas vezes não reconhecemos. Nós temos uma carência interna dessa conexão, consciente ou não.“

“A mulher sai do corpo de uma mulher para se tornar uma mulher. O homem sai do corpo de uma mulher para se tornar uma outra coisa. Que outra coisa é essa? Então ele vê o Pai. Mas, muitos não veem o Pai! E nós vivemos numa sociedade doente, nesse sentido, da ausência do Pai. “

Esta ausência associada ao patriarcado e matriarcado leva Paulo Pimont Berndt, mais uma vez,  a citar Robert Bly, “O Pai leva pra casa hoje, geralmente, o humor irritadiço, consequência de sua impotência e do desespero misturado com a vergonha e o torpor há muito existente dentro desse homem. Peculiaridades aos que odeiam o seu trabalho.”

E ao constatar um pouco da sua realidade familiar, ele levanta mais algumas questões:

Você é homem e é Pai e tem o trabalho que ama? Você, homem ou mulher, teve um pai apaixonado pelo seu trabalho? Que chegava em casa empolgado pelo que ele tinha feito no trabalho? Contando as proezas daquilo que ele havia vivenciado lá no trabalho? São poucos os que se enquadram nesta realidade, normalmente o pai só traz stress.”

Refletir sobre estas questões faz-nos emergir na possibilidade de que, quando os filhos crescem com o Pai a dedicar horas e horas ao seu trabalho, inconscientemente, possam crescer com a sensação de que o Pai gosta mais do seu trabalho de que deles, e “nesse momento abre-se um buraco no coração desse menino”. (P. Pimont)

COMO RESGATAR A FORÇA DO PAI?

As características masculinas de um homem e de uma mulher fluem com naturalidade e saúde, quando eu tenho o fluir dessa energia, a que eu chamo de sagrado masculino.

Paulo Pimont Berndt diz que a maior parte do homens vive nesta luta interna, para ser o oposto dos Pais, e chega a associar a criminalidade a esta “ferida”, comum entre os rapazes não iniciados pelos mais velhos (Pais), mas entre si. “para se desenvolver um homem saudável, é necessária essa referência do mundo dos mais velhos. O Pai é a referência, a autoridade.”

A quantidade de histórias, vivências e terapias que assistiu, permitem-lhe reforçar esta ferida, mas mais do que isso, constatar que, independentemente do tipo de pai, da ausência ou presença, esta é uma jornada que exige reconhecimento. Pois, não há Pais ausentes.

Não importa o que ele fez ou o que ele não fez, não existe outro homem que deu mais do que ele. Porque ele,  junto com a sua mãe te deram a vida. E esse é o bem maior.”

E esta é a forma de nos conectarmos com a força do Pai! Ir até á conceção, e ver que temos o Pai que merecemos.

A força dos nossos Pais está em superar as feridas que eles carregavam. Essa é a nossa força também. Se reconectar com a força do Pai é ter um masculino saudável. É saber a hora de ser forte e ser um guerreiro, de estabelecer um propósito.

Sem essa conexão com o Pai, não existe masculino saudável”. (Paulo Pimont Berndt)

Pode ver aqui a live de Maria Gorjão Henriques com Paulo Pimont, sobre o tema Relacionamentos Amorosos.

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Jakob Schneider e a sua Experiência com Bert Hellinger

JAKOB SCHNEIDER

Formador e Supervisor de Formação Avançada em Constelações Familiares

Mais um dos nomes sonantes do Congresso. Um dos que privou com Bert Hellinger, e que em inúmeras publicações partilha um pouco desta experiência.

Experimentei o significado de uma efetiva catarse emocional. E não acredito que pudesse ter experimentado todos esses processos de trabalho com as emoções com qualquer outro terapeuta. Pois não acontecia ali um simples desabafo, havia nutrição materna, orientação paterna, força, clareza, capacidade de discernimento, uma observação e uma perceção extremamente aguçadas, uma linguagem precisa, uma mescla de intransigência e calor, de sabedoria e humor, às vezes, também, luta ou incompreensão do que estava acontecendo e do que podia ser utilizado ao longo dos dias. “

De acordo J. SCHNEIDER, Bert Hellinger dirigia os grupos de uma forma muito estruturada, focando sempre o participante. A sua dinâmica de grupo subordinava claramente o processo grupal ao progresso de cada um. Ele colocava o grupo ao serviço do trabalho individual, de uma forma muito direta e, às vezes, diretiva.

Uma estrutura e uma liderança claras, métodos simples, um pensamento desmitificado e muita dedicação humana, abriam espaço para as pessoas se moverem com ampla liberdade de interpretação e autodeterminação, para aprender, crescer e libertar problemas.

Para SCHNEIDER isto é talvez a chave mestra para entender o que há de novo no trabalho de Bert Hellinger, e no trabalho das constelações.

Todos Nós estamos envolvidos nos destinos familiares, e retomamos o que no sistema familiar reprimiu, excluiu, dividiu em sistemas, muitas vezes ao longo de gerações.

As constelações podem esclarecer isso. A partir de uma constelação abrem-se caminhos de solução e de cura, de crescimento, transformação e harmonização, que até então não tinham sido vistos dessa maneira no conjunto dos métodos psicoterapêuticos, na ajuda de vida ou na espiritualidade.

Jakob Schneider e sua esposa, Sieglinder Schneider, (também palestrante no congresso), conheceram Hellinger em 1981.

Tudo começou quando uma amiga nossa, em conversa comigo e com Sieglinde, minha esposa, falou de um certo Bert Hellinger que dirigia cursos de autoconhecimento em Ainring, perto de Freilassing. O relato das vivências dela esteve mais perto de me assustar. Disse que ele era um homem duro, mas incrivelmente bom … Já não me recordo bem do quadro que ela pintou. Mas Sieglinde aguçou os ouvidos e ligou imediatamente para esse Bert Hellinger. Depois de um ano de espera, conseguiu vaga num curso que estava prestes a acontecer. O que ela contou desse curso empolgou-me tanto, que também me inscrevi. Consegui uma vaga na primavera de 1981, num curso de autoconhecimento baseado na análise de roteiros de vida.”

Ambos fizeram formação com “o mestre”, e desde então trilharam o seu caminho na área das constelações.

Aquando do aniversário dos 85 anos de Bert Hellinger, Schneider partilhou um pouco da sua primeira constelação com ele: “numa rodada senti emergir em mim um sentimento forte que estava bloqueado. Bert colocou a imagem de meu pai atrás de mim, mas o bloqueio não se dissolveu.  Então ele mandou-me constelar minha família de origem. Havia apenas dois homens no grupo de doze pessoas. Confiei o papel de meu pai ao outro homem, e escolhi uma mulher para me representar. A vivência desta constelação foi impressionante para mim pela precisão com que os representantes reproduziram a dinâmica da minha família, e pela sensação de alívio instantâneo que senti ao assistir a tudo. A experiência daquela constelação marcou-me tanto que, na semana seguinte, experimentei dirigir uma constelação com um grupo de estudantes. Eu estava excitado, mas atuei sem hesitação, como se fosse um procedimento natural. E funcionou”.

Nos anos seguintes, através de muitos estágios com Hellinger, Schneider desenvolveu o seu trabalho com outros métodos, até que acabou por se fixar às constelações. “Eu orientei-me durante por muitos anos quase exclusivamente pelo método de Bert, porque ele simplesmente me convenceu, metódica e conceitualmente. E não precisei estudar ou aprender nada de cor. As coisas simplesmente se encaixaram”.

Schneider acrescenta ser especialmente grato a Bert Hellinger pelas oportunidades de aprendizagem que ele lhe proporcionou, sem condições ou controles, e pela permissão de adotar seu método de trabalho de acordo com as suas capacidades e o seu próprio contexto. “Sou grato a Bert Hellinger por me te aberto novos espaços intelectuais, novas amizades pessoais e novos círculos de colegas”.

Para Schneider, Bert Hellinger executou de forma exímia a distinção entre a consciência pessoal, que sentimos e que atua como um órgão de equilíbrio, visando assegurar o pertencimento a sistemas de relacionamento, e a voz coletiva do inconsciente, que só experimentamos através dos seus efeitos. “Esta é talvez a chave mestra para entender o que há de novo no trabalho de Bert Hellinger e no trabalho das constelações em processo de expansão:  nós, sem que o saibamos e queiramos, estamos envolvidos nos efeitos de destinos familiares decisivos, e retomamos o que no sistema familiar foi reprimido, excluído, dividido em sistemas, muitas vezes ao longo de gerações”.

Schneider conclui o artigo em que parabeniza Bert Hellinger (B.H) pelos seus 85 anos, salientando que “a expansão do trabalho das constelações é um sinal da fecundidade dos conceitos e da prática de B.H. . Mesmo no que nele me parece estranho ou inaceitável, há algo estimulante para novas perceções, novos experimentos e novos pensamentos”.

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Ser Mulher Hoje – A Visão de María Martha Arredondo Méndez

Maria Martha Arredondo Mendez, mais conhecida por Mayé Arredondo, é licenciada em Jornalismo e Comunicação Coletiva, com especialidade em Desenvolvimento Humano e Pedagogia Sistémica, Fundadora e Diretora do Corpo Alma Terapeutika no México.

Em 1996 iniciou-se nas Constelações Familiares, sendo formadora na Hellinger Sciencia. ⁣ É também especialista em Psicoterapias Gestalt; Programação Neurolinguística; Hipnose Eriksoniana; Perfil de Desenvolvimento Emocional (EDP)

No ãmbito da Semana do Dia Internacional da Mulher, convidamo-la a partilhar a sua visão sobre o que é Ser Mulher nos dias de hoje, pelo que ela generosamente nos deixou este testemunho:

Ser mulher hoje, nascer neste tempo, é um privilégio, uma oportunidade e um desafio.

Um privilégio porque desfrutamos do caminho e da realização de gerações e gerações de mulheres que caminharam em silêncio e conquistaram passo a passo novos espaços, mulheres que levantaram a voz à custa das suas próprias vidas e/ou da liberdade que agora desfrutamos.

Uma oportunidade que aproveitamos para nos desenvolvermos naquilo que propomos com as nossas próprias conquistas: social, familiar, laboral, política, desportiva, sanitária e em todas as áreas.

Existe agora a possibilidade de sermos mães se assim o quisermos, podendo também exercer a opção de não o ser. Não há muito tempo e ainda em muitos lugares, aquelas que não podiam procriar eram cruelmente discriminadas.

Neste tempo, 2021, o nosso poder criativo feminino constrói-se, acreditamos na equidade, crescemos e agradecemos que outros desenvolvam as suas potencialidades. Sabemos que também em casal ou sozinhos contribuímos para sustentar a família e a sociedade.

Neste tempo, somos testemunhas e por vezes figuras principais do “BASTA”: já não é possível continuar a fechar as nossas gargantas e deixamos sair como a dor dos gritos sufocados, dos corações feridos que se abrem para rasgar os seus segredos ancestrais perante o abuso histórico da sexualidade feminina em mil formas de escravatura.

É urgente dizer repetidamente NÃO à humilhação, NÃO ao assédio, NÃO às violações e NÃO aos femicídios que infelizmente ainda acontecem a milhões de mulheres. Acontecem em lugares distantes e próximos.

A voz unificada de mulheres e homens que dizem já basta, nunca mais, é maior e mais poderoso a cada dia.

O desafio para as mulheres de hoje é abrir-se e envolver-se conscientemente nesta realidade – por mais difícil que seja – e que engloba tanto homens como mulheres.

É imperativo aprender a ouvir com o coração, com inteligência, sem julgamento, compreender, discernir, falar, acompanhar e tornar possíveis os muitos caminhos que ainda faltam para que aqueles que ainda estão presos na cultura patriarcal aprendam sobre a sua condição de seres humanos, e exerçam os seus direitos a serem ouvidos e respeitados na sua diversidade.

As mudanças de paradigma estão a abalar o mundo feminino: é tempo de dar soluções às velhas exigências e ao diálogo entre mulheres de todas as idades e homens sensíveis que vivem a masculinidade de hoje, destes tempos.

Um privilégio, uma oportunidade e um desafio a aceitar para viverem juntos em paz e igualdade entre mulheres e homens.”

Maria Martha Arredondo Mendez é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Relacionamentos Amorosos.

Assista aqui à gravação da Live realizada com ela em 2020 sobre o tema “Ser Hombre, Ser Mujer”