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Franz Ruppert – ” A Psique Humana – Assim Como É Por Dentro, Também É Por Fora”

O Professor Dr. Franz Ruppert, nascido em 1957, é o fundador da Teoria e Terapia do Psicotrauma Orientada à Identidade (IoPT) e criador do Método da Intenção. Ele é o primeiro presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento da Autonomia Saudável das Pessoas e autor de inúmeras publicações traduzidas em várias línguas, palestras e seminários em todo o mundo.

 Convidamo-lo a partilhar a sua visão sobre a Saúde Sistémica, pelo que generosamente nos deixou este texto sobre a psique humana :

” Como a história humana mostra, a razão que determina se vivemos uma boa vida, ou se nos tornamos um incómodo um para o outro, não reside tanto no nosso ambiente natural como dentro de nós próprios. Por exemplo, as pessoas foram para a guerra não por causa da fome e da escassez de alimentos, mas por razões religiosas e económicas, ou por ideologias pessoais de arruaceiros e belicistas (Harari, 2015).

Mesmo a riqueza material e a satisfação das necessidades básicas de comida, bebida, vestuário e abrigo não conduzem automaticamente a uma maior satisfação com a vida, ou a uma coabitação pacífica.

Se nós, humanos, somos cooperativos ou agressivos depende, em primeira instância, do estado da nossa psique. Seja qual for o aspecto da nossa psique, por isso moldamos o nosso ambiente social e natural. Se reina o caos dentro da nossa psique, organizamos o caos no nosso mundo exterior. Se estivermos em paz dentro da nossa psique, podemos estabelecer condições claras e ordenadas no nosso ambiente: como dentro, assim fora.
Se for esse o caso, há pelo menos uma réstia de esperança para as nossas comunidades sociais.

Pelo menos desta forma, saberíamos no que podemos/podemos trabalhar colectivamente. Teríamos de o fazer:

• aprender a compreender melhor a nossa psique humana, e…
• trabalhar colectiva e individualmente sobre isto…

a fim de utilizar a nossa psique para melhorar a vida em vez de intenções destrutivas, para o nosso próprio bem-estar e benefício.

Essencialmente, a nossa psique humana é uma ferramenta fantástica. Tem uma enorme capacidade e potencial. Pode servir-nos muito bem desde que a alimentemos e cuidemos dela como algo precioso, delicado e valioso. Não é pré-determinada à nascença através de ‘genes’, mas influenciada pelas nossas relações e estilo de vida (Bauer, 2002).

Portanto, se a nossa psique é influenciada por experiências negativas na vida, relações violentas, envenenada por sentimentos insuportáveis e enganada por mal entendidos, a nossa psique pode e deve ser constantemente reajustada.
Se queremos levar uma vida melhor e não continuar a lutar uns contra os outros, temos de compreender melhor porque é que a psique humana se envolve tão facilmente em disputas agressivas nas nossas relações interpessoais. Porque é que a psique investe tantas energias na escalada da dinâmica perpetrador-vítima em vez de procurar soluções construtivas? Temos de aprender a libertar-nos destes laços infinitamente destrutivos. Não devemos permitir ou aceitar tornarmo-nos escravos da nossa psique danificada!

Estou certo agora, devido ao extenso trabalho com pessoas na minha prática psicoterapêutica, e do exame da minha própria psique, que a razão crucial da destrutividade humana é a traumatização da nossa psique. A psique traumatizada leva a uma dinâmica interminável da relação perpetrador-vítima. Se compreendermos, reconhecermos e reconhecermos este facto, torna-se disponível uma forma de sair deste ciclo de destrutividade, mesmo que já esteja em vigor há muito tempo e estejamos habituados a ele. Podemos aprender a estar em sintonia connosco próprios, e conhecer outras pessoas com boa vontade e simpatia, mesmo que tenhamos suportado muito sofrimento na nossa vida, e infligido sofrimento aos outros.

(…)

A principal função da psique humana é tornar a realidade dentro da qual uma pessoa existe acessível:

Realidade Nível 1 é o mundo externo: o mundo concreto (“objectivo”) que consiste em factores físicos e biológicos. Portanto, a terra, as criaturas que nela vivem, e o universo além.

Realidade Nível 2 é o nosso mundo subjectivo interno, como reflexo do mundo objectivo, incluindo a relação do indivíduo com o seu meio, o seu ambiente, a natureza e os laços que ligam cada ser humano a todos os outros seres vivos.

Realidade Nível 3 é o mundo auto-construído dentro da psique que não existe de todo no nível 1.


A psique humana comanda vários canais de entrada em simultâneo, a que chamamos percepção. Estes são os cinco sentidos básicos; ver, ouvir, cheirar, provar e sentir. Estes dão-nos a nossa primeira impressão do que está disponível no nosso mundo exterior. Com isto, contudo, temos de nos lembrar que a nossa percepção é selectiva com base nas nossas necessidades e interesses individuais. Nunca percebemos tudo o que existe; isso
não só seria uma exigência excessiva na nossa psique, mas também seria inútil.

(…)

Além disso, a psique humana possui duas funções especiais significativas que estão em grande parte ausentes noutras formas de vida: o “eu” e a vontade. No decurso do desenvolvimento humano, um “eu” cada vez mais autónomo pode desenvolver-se na psique humana, e com isso uma consciência cada vez mais clara do nosso “eu” (Bauer, 2015).

Através do “Eu”, o ser humano obtém um ponto de referência interior para percepção, sentimento, pensamento, lembrança e acção. A consciência deste “Eu” permite outras opções de auto-reflexão, o desenvolvimento de uma vontade consciente, e a busca focalizada de um processo de autotransformação, por exemplo no contexto da psicoterapia.

A psique humana está em constante desenvolvimento. Serve selectivamente as nossas necessidades, pode adaptar-se bem às circunstâncias externas, e é essencialmente criativa. Por outras palavras, pode sempre encontrar boas soluções para problemas práticos. A ideia de que “as doenças mentais não podem ser alteradas porque são geneticamente determinadas é cientificamente arcaica, e já não corresponde ao conhecimento actual da natureza da psique humana, do cérebro e da genética (Bauer, 2002).

Para ler o artigo na íntegra clique aqui  –  Franz Ruppert – The Human Psyche

O autor deste artigo é também autor dos livros:

“Meu Corpo, Meu Trauma, Meu Eu” disponível em português em   http://liabertuol.com.br/livro

 Who am I in traumatised Society” ainda não disponível em português

Pode também assistir aqui à live de Maria Gorjão Henriques com Franz Ruppert, sobre o tema Saúde Sistémica

Franz Ruppert é também um das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Saúde Sistémica

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“A Doença é um Grito da Alma que nos Chama Para a Vida!” – Vera Boeing

Vera Lúcia Boeing é psicóloga e mestre em Psicologia e Formadora em Constelações Sistémicas Familiares, Organizacionais e de Saúde, tendo também formação internacional em Nova Medicina Germânica e Panorama Social. Atua na área clínica e organizacional, desde 1981, com desenvolvimento de pessoas e equipas.

No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Saúde (7 de Abril), convidamo-la a partilhar a sua visão sobre a Saúde e a importância de ter uma visão sistémica e integrada sobre este tema, pelo que ela generosamente nos deixa este texto:

” Como já dizia Hipócrates, pai da medicina ocidental, ”mente sã, corpo são” e, quando defino que, “a doença é um grito da alma que nos chama para a vida”, considero ainda que, se curamos a alma, curamos o corpo!

Este é o meu entender e te convido a passear por estas linhas, experimentando e desfrutando de tudo.

(…) Hamer e Hellinger pensaram sobre saúde e doença de uma forma, que podemos considerar, não inovadora, mas evoluída, pois olharam para o passado e resgataram aquilo que já era, de certa forma, praticado de maneira natural, por nossos ancestrais e que a própria biologia o faz. E se para haver evolução tem que haver preservação da informação, olharam para “memórias”, para o que foi preservado e nos deixaram um legado.

Dr. Hamer, decodificou aquilo que chama de “Cinco Leis Biológicas” que explicam as causas, o desenvolvimento, e a cura natural das “enfermidades” com base nos princípios biológicos naturais.

As Leis Biológicas que constituem esta verdadeira “Nova Medicina”, estão firmemente embasadas nas ciências naturais, e estão ao mesmo tempo em perfeita harmonia, com outras leis naturais, incluindo leis espirituais. E, é interessante que os espanhóis chamam a Nova Medicina Germânica (GNM) como “A Medicina Sagrada”, por essa verdade.

Bert Hellinger, com o conhecimento filosófico, depois psicológico e fenomenológico nos traz a compreensão sobre princípios da vida que chama de Leis do Amor, traduzindo aquilo que se mostra, vive-se e vê-se muito facilmente quando nos permitimos olhar aquilo que se mostra, ampliadamente.

(…) Quando Hamer diz que “a doença é um programa biológico de sobrevivência da espécie e do indivíduo”, Hellinger diz que “a doença é um movimento do espírito para curar a consciência familiar, levando o indivíduo a reconciliação com excluídos do seu clã”.

Hamer descobriu e comprovou que toda doença é a somatização de um conflito bloqueado. E Hellinguer diz que os conflitos bloqueados são rejeições à vida como ela é.

(…) Esse sofrimento, essa metáfora, é o que chamamos de doença, cuja “missão” é reconciliação entre um excluidor e um excluído, que haviam se desligado da vida e, o retorno a ela, consiste nesta reconciliação. Assim, neste olhar sistêmico das Constelações Familiares, o doente, descendente designado para denunciar esta exclusão e separação da vida, vai imitar os ancestrais com quem está intrincado, rejeitando a vida como ela é, excluindo ou sendo excluído. Quando o doente diz “sim” à sua situação, “sim” à doença, entra em sintonia com o movimento do espírito, iniciando-se a compensação adulta. E a força de cura começa a se manifestar.

(…) Nosso corpo é um depósito de memórias. Ele conta a história. É o resultado de todas as experiências, emoções, traumas e dores vivenciadas ao longo da nossa vida, desde o nosso nascimento. Tanto os lembrados como os não lembrados. E também nos habita a história que nossos ancestrais viveram ao longo das gerações. Levamos connosco os registros dos ocorridos e, mesmo que nos separemos da família de origem, levamos junto e isso nos condiciona, nos determina em silêncio, no nosso interior. E estas informações se mostram, na superfície, nas mais variadas e impensadas maneiras.

Daí a importância de aprendermos a conhecer e, sobretudo, escutar o corpo. Porque ele fala e somos falados por ele. E nesta expressão se manifestam sintomas múltiplos, indo até a enfermidade, e o que vem a luz é aquilo que carregamos, muitas vezes, sem saber.

O que é calado na primeira geração, a segunda leva no corpo!” Françoise Dolto

(…) A doença traz a mensagem e o caminho da cura só pode ser transitado através de um trabalho interior, buscando decifrar o que é que nos vem sendo dito, de que se trata e o que necessita ser escutado.

Também desejo que esta escrita tenha favorecido um novo olhar para a “doença”, acolhendo-a e agradecendo sobre o que ela tem a dizer. Qual a metáfora que o corpo está contanto para escutar este grito da alma chamando para despertar para a vida. Tomar a vida!

Assim, concluo este passeio com Nietzsche dizendo “Não gostaria de despedir-me ingratamente daquele tempo de severa enfermidade, cujo benefício ainda hoje não se esgotou para mim: assim como estou plenamente cônscio das vantagens que a minha instável saúde me dá, em relação a todos os robustos de espírito” – Nietzsche, Gaia Ciência, prólogo §3.

 

Para ler o artigo na íntegra clique aqui  –

Vera Boeing – “A doença é um grito da alma que nos chama para a vida”

Pode também assistir aqui à live de Maria Gorjão Henriques com Vera Lúcia Boeing , sobre o tema Saúde Sistémica

Vera Lúcia Boeing é também uma das palestrantes do Congresso de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática Saúde Sistémica

Fernando Freitas
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CONSCIÊNCIA SISTÉMICA_Os novos Paradigmas de Saúde e de Cura por Dr. Fernando Freitas

Dr. Fernando Freitas

Convidámos o Dr. Fernando Freitas a partilhar um pouco da sua visão sobre a a Consciência Sistémica e a Saúde, e ele generosamente, partilhou este texto: 

Ainda não conhece a evolução da Genética que está a revolucionar a Medicina e a Psicoterapia?

O conhecimento da Epigenética está a mudar radicalmente a forma como compreendemos as doenças e os comportamentos humanos. Em breve veremos novas formas de tratamento do Cancro, Doenças Autoimunes, Depressão, Psicose, e muitas outras enfermidades que trazem tanto sofrimento aos doentes e seus familiares.

Na minha jornada profissional de cura das doenças, que se iniciou em 1975 quando entrei na Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP), eu participei em muitas mudanças na forma de ver a Doença, o Doente, o Médico, a Medicina e a Saúde. Os conhecimentos científicos das várias áreas trouxeram uma luz capaz de revelar muitos fenómenos, que os profissionais conheciam, mas não tinham como explicar. A Física Quântica foi uma delas.

Há pouco tempo surgiu uma nova ciência que quebrou muitos paradigmas, e trouxe uma perceção da Vida que derrubou muitos dogmas na área da Saúde, e no relacionamento humano – a Epigenética

Ainda acredita que é um ser isolado, “dono” da sua própria vida, e que suas escolhas vêm apenas da sua mente, e só o afetam a si mesmo?

Ainda não descobriu que está profundamente conectado com o mundo que o cerca no presente?

Sabia que seu corpo e sua mente foram afetados pelas experiências de vida de várias gerações familiares do passado? E que hoje você é a ponte que vai determinar se as próximas gerações serão mais saudáveis ou mais doentias?

Ainda não sabe que tem o poder de fazer mudanças em si mesmo, na família e em todos os níveis de relacionamentos no presente e no futuro (na sua própria vida e na dos descendentes)?

Todos temos um enorme poder de transformação que está aprisionado nas nossas crenças mentais. É a nossa interpretação da Vida que cria a ilusão de mundo. A grande questão é: Como desenvolvemos essa interpretação?

  • Se nós mudarmos tudo se transformará na nossas Vidas?
  • Onde começamos a existir como ser humano?
  • Como é que a Vida se conectou connosco?
  • Você já alguma vez colocou estas questões a si próprio?

Afinal, o que é a Vida e qual é a sua relação com ela?

Todas estas questões nortearam grandes pesquisadores em várias fases do conhecimento. O grande objetivo é encontrar as bases de compreensão do ser humano, identificar as causas do sofrimento humano e descobrir formas de tratamento. 

Para continuar a ler o artigo na íntegra, por favor clique no link:

CONSCIENCIA SISTÉMICA_novos paradigmas de saude e cura_Dr. Fernado Freitas .docx

O Dr. Fernando Freitas é mais um dos Palestrantes presentes no Congresso Internacional de Consciência Sistémica, no qual facilitará uma palestra e um workshop imersivo na área temática SAÚDE SISTÉMICA.

Assista também à live da fundadora do Congresso, Maria Gorjão Henriques,  com o Dr. Fernando Freitas

sobre o tema SAÚDE SISTÉMICA.